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Câmara de Elvas esclarece dúvidas sobre lotes na Quinta do Paraíso

A Estratégia Local de Habitação foi na noite de ontem, quinta-feira, 19 de outubro, o tema de uma sessão de esclarecimentos, realizada pela Câmara Municipal de Elvas.

A apresentação centrou-se em três lotes que o Município quer construir num terreno atrás do supermercado Continente prolongando o bairro existentes na Quinta do Paraíso. Mais de três dezenas de moradores estiveram no auditório do Cine S. Mateus  para ouvir Rondão Almeida.

O objetivo da reunião, como explica o presidente da Câmara, Rondão Almeida, passou por “esclarecer, ao máximo, as dúvidas que a população tem sobre os projetos do município que pretendem resolver os problemas de habitação no concelho, dando explicações de todos os pormenores, e algumas pessoas têm direito de poder gostar ou não e até porem em causa esses mesmos projetos”.

Rondão Almeida revela que de entre as questões levantadas pela população surge as colocadas sobre a Quinta do Paraíso, onde se prevê a construção de 30 fogos para habitação social ao abrigo do programa 1º Direito. O autarca adianta que o local que está a ser utilizado para estacionamento, os moradores invocaram a suas razões para serem contra esta construção, que passam por “sentirem que desvaloriza o património que adquiriram e, outros gostariam de ver ali um jardim ou equipamento social e estas reuniões são para isso mesmo, ouvir opiniões. Como autarca levo mais conhecimento e, caso este projeto não seja levado por diante, já sei qual a ideia da população para aquele espaço, que não tem condições nenhumas e tem de ser requalificado”.

Alguns moradores informaram que estão a realizar um abaixo assinado contra a construção dos referidos lotes e entre os presentes surgiram os argumentos contra: “desvalorização dos imóveis existentes; falta de estacionamento; necessidades de espaços verdes; zonas de desporto ou lazer”.

A preocupação da Câmara, acrescenta o autarca, é “resolver os problemas de habitação no concelho”, adiantando que há já perto de 200 agregados familiares inscritos, para obterem uma casa.

No Auditório S. Mateus um dos presentes disse “vocês estão com essa conversa, mas não querem é que os «ciganos» vão para essas casas” e abandonou a sala, apesar dos pedidos que se mantivesse até ao final da reunião.

Um dos moradores na Quinta do Paraíso com quem falámos revela que o presidente “fugiu um pouco às questões colocadas, porque nunca pusemos em causa as etnias, raças ou qualquer tipo de alteração social no bairro, a questão é o valor elevado de IMI praticado naquele bairro”.

Este morador considera ainda que “não é justo” construírem habitação de baixo valor junto a esse local, depois das famílias que ali vivem terem pago bastante, para adquirir um imóvel.

Outro dos presentes na sessão, João Grilo, afirma que é bom o Bairro das Pias ser requalificado, porque “há lá muitas crianças e precisam de muita coisa, principalmente limpeza”; no Bairro de São Pedro, a seu ver, não é correto entregarem casas a familiares que vivem no Bairro, porque há pessoas que fizeram anexos e vivem melhor que eu (na cidade)”, relata. Sobre o tema da habitação e projetos do município, em geral, João Grilo diz: “há muitas pessoas a precisar de habitação e acho muito bem, e eu por ser cigano não tenho nem mais ou menos direito a casa, do que as outras pessoas”.

O Presidente do Município Rondão Almeida apresentou os projetos que a autarquia está a desenvolver na cidade e nas freguesias, a reabilitação do Bairro das Pias, construido em madeira e que ter«ás casas de alvenaria, onde já está aprovada a construção de 48 fogos. Mas, foram os três lotes, 30 fogos na Quinta do Paraíso que criaram mais discussão na noite desta quinta-feira, na sessão de esclarecimentos à população, por parte da Câmara de Elvas, relativa à Estratégia Local de Habitação que decorreu no Auditório São Mateus.

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