Descubra os erros mais comuns que deve evitar ao contrair um crédito automóvel

Quando se trata de assegurar um meio de locomoção próprio e fiável, um automóvel torna-se numa necessidade e não tanto num luxo; trata-se de algo que proporciona ao seu condutor e/ou proprietário aspetos como independência e conveniência, sendo que, muitas vezes, é essencial sobretudo para movimentos pendulares.

A questão é que, de forma a adquirir e manter uma viatura, há que assumir um compromisso financeiro significativo – daí um crédito automóvel ser tão relevante. Enquanto potencial contraente, é fundamental que conheça quais os contornos mais comuns associados ao processo de obtenção de um empréstimo, de modo a evitar cometer erros cuja gravidade poderá ser incomensurável.

Ao longo deste artigo, abordaremos alguns dos erros mais comuns cometidos por quem procura contrair um crédito automóvel e, naturalmente, explicaremos o que fazer para não cair nos mesmos.

1.       Negligência da responsabilidade de crédito

Uma das falhas mais comuns dos candidatos à obtenção de um crédito automóvel consiste precisamente em negligenciar a sua responsabilidade de crédito individual.

O mapa de responsabilidades de crédito consiste numa avaliação da sua situação financeira (fornecida pela Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal) a que as entidades credoras recorrem para poderem determinar com absoluta certeza se existe ou não risco de emprestar um determinado montante a alguém que não dispõe de meios para reembolsar o credor.

Se a sua pontuação for baixa, poderá ser confrontado com taxas de juro elevadas ou até com uma eventual rejeição, razão pela qual deve certificar-se por si próprio de que o seu mapa de responsabilidades de crédito permite a contração de um novo empréstimo, podendo tomar determinados passos para aumentar a sua pontuação como, por exemplo, saldar dívidas pendentes.

2.       Cálculo errado do MTIC

Muitas vezes, as pessoas que ponderam contrair um crédito automóvel focam-se apenas nas prestações mensais, ignorando por completo o MTIC (montante total imputado ao consumidor), pelo que é fulcral compreender que uma prestação mensal potencialmente reduzida não significa, de todo, que o valor total do empréstimo seja igualmente mais baixo.

Pelo contrário, quando um crédito se estende por longos períodos, normalmente significa que o contraente acabará por pagar muito mais só em juros, e é por isso que deve sempre ter em conta o MTIC, a par das taxas de juro aplicáveis e do período de reembolso, antes de assinar o que quer que seja.

3.       Pré-aprovação ignorada

A pré-aprovação de um crédito (automóvel ou outro qualquer) consiste em efetuar uma estimativa do montante que pode pedir emprestado, das taxas de juro a que estará sujeito e ainda dos termos e condições do empréstimo.

Saltar esta fase implica ir cegamente às compras, o que poderá obrigá-lo a comprometer-se com uma dívida que não será capaz de reembolsar.

É por isso que, se ponderar bem os benefícios de uma pré-aprovação de crédito, estará a solidificar a sua posição na qualidade de contraente, o que lhe permitirá ter uma maior margem de manobra para negociar os termos e condições do empréstimo com a entidade credora.

4.       Pressa em despachar o processo

A paciência é uma virtude, especialmente no que toca a conseguir um crédito automóvel; se a sua pressa para ter em mãos a chave da sua nova viatura for demasiada, o mais certo será escaparem-lhe detalhes importantes, ignorar determinados passos e, por conseguinte, contrair um empréstimo que poderá não ser adequado à sua situação financeira.

Tome o seu tempo para ler e compreender minuciosamente os termos e condições do contrato; se for caso disso, pode inclusivamente aconselhar-se com especialistas na matéria ou utilizar ferramentas online que lhe recomendam automaticamente (com base nos dados que introduzir) o crédito automóvel mais indicado para si.

5.       Abdicação de um valor de entrada

Embora os créditos com 0% de entrada possam soar tentadores, nem sempre são a melhor opção; quanto maior for o valor da entrada, menor será o montante que terá de pedir emprestado, o que, por sua vez, fará com que as prestações mensais sejam inferiores e os gastos com juros sejam mais baixos.

Apesar de se tratar de um investimento substancial à primeira vista, a verdade é que poderá poupar significativamente nos custos a longo prazo.

6.       Falta de informação

Cada entidade credora oferece os seus próprios termos e condições aplicáveis aos respetivos créditos automóvel em oferta, pelo que selecionar a primeira opção que lhe aparecer à frente poderá resultar em condições desfavoráveis ou encargos e comissões elevados.

Uma vez mais, recomendamos que tome o seu tempo para perceber bem que viatura pretende adquirir, comparar as várias ofertas de diferentes stands e concessionários e ainda avaliar as potenciais vicissitudes dos créditos disponibilizados pelos vários credores presentes no mercado.

7.       Descuramento de custos adicionais imprevisíveis

Ter um carro não implica apenas conseguir pagar o respetivo PVP (preço de venda ao público) e reembolsar a entidade credora que cobriu a despesa à cabeça – existem muitos outros custos que terá de cobrir enquanto a viatura estiver legalmente na sua posse, nomeadamente:

·       Combustível

Dependendo da frequência com que utilizar a sua viatura e do seu estilo de condução, poderá ter de atestar o tanque do seu automóvel com maior ou menor regularidade, sendo que o preço dos combustíveis é diferente todas as semanas e está sujeito a flutuações de mercado constantes.

·       Manutenção

As intervenções mecânicas a efetuar ao seu automóvel costumam ser alvo de programação regular a cada 30.000quilómetros (no caso de uma viatura com motorização a gasóleo, por exemplo), sendo que poderão existir intervenções intercalares a cada 15.000 quilómetros percorridos.

Embora o orçamento total para cada uma destas revisões costume já estar previsto pelas oficinas, nunca se sabe quando é que um componente essencial ao bom funcionamento do veículo poderá avariar, desprogramar-se ou, simplesmente, partir-se, razão pela qual os custos associados a estas operações são sempre uma incógnita.

Em conclusão

Contrair um crédito automóvel constitui uma decisão que poderá impactar significativamente a sua saúde financeira ao longo de vários anos; como tal, se fizer por evitar estes erros, poderá obter um empréstimo de fácil gestão que satisfaça apenas e só as suas necessidades, sem margem para extravagâncias improfícuas.

Através da recolha de informação atualizada e de um planeamento cuidado, disporá de todas as ferramentas necessárias para obter um crédito automóvel tão direto e transparente quanto possível que lhe permita concretizar a compra dos seus sonhos.