Obra de prédio na Quinta dos Arcos: PS questiona “porque não começa em 2023”

Os deputados do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal de Elvas abstiveram-se na passada segunda-feira, 9 de janeiro, de votar, em sessão extraordinária deste órgão deliberativo, a candidatura ao financiamento da construção de um prédio na Quinta dos Arcos, para rendas acessíveis (ver mais aqui).

Ainda assim, o presidente da Comissão Concelhia do PS de Elvas, Bruno Mocinha, garante que o partido “nunca votaria contra” este pedido de empréstimo, por considerar que esta obra “é necessária”, uma vez que vem “colmatar uma necessidade” há muito identificada. “Este empréstimo vem mesmo satisfazer um passo para conseguirmos conferir às famílias elvenses arrendamento mais baixo, a preços acessíveis, porque, em boa verdade, hoje em dia, para constituir família é necessário ter uma casa e, em Elvas, ainda falta um segmento, que é para as jovens famílias e para aqueles que querem começar a fixar-se”, começa por dizer.

Considerando esta obra “uma urgência”, Bruno Mocinha, e começando por justificar a abstenção, questiona-se por que motivo a Câmara Municipal pretende iniciá-la só em 2024. “Se esta é uma necessidade identificada, então por que não fazer-se esforços para que a obra se comece já em 2023 e não se atrase para 2024?”, interroga-se.

Não encontrando outra justificação para que a obra não início já este ano, Bruno Mocinha considera existir “uma sobreposição à urgência da intervenção, pela oportunidade colocada pelo calendário eleitoral autárquico”. “Em 2024 iniciar-se-ia esta obra, o que significaria que, em ano de eleições autárquicas, já poderíamos estar num período de apresentação de obra, de resultados, e isso, claro, tem sempre interesse para um executivo camarário”, acrescenta.

Por outro lado, o líder do PS em Elvas questiona a razão para não serem aproveitados os 700 mil euros deixados em final de mandato pelo executivo do Partido Socialista, de forma a atenuar o valor do empréstimo que será contraído, de mais de seis milhões de euros.

Estando em causa “um empréstimo de seis milhões e 610 mil euros, que excede o limite de endividamento do Município, este no valor de cinco milhões e 306 mil euros, apesar da excecionalidade prevista neste contexto, não seria aconselhável fazer uso de parte das disponibilidades do Município, nomeadamente dos 700 mil euros, constituídos como depósitos a prazo, deixados em final de mandato pelo executivo do PS?”, questiona-se ainda.

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