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Investigação UÉ: GNR de Setúbal com aplicação que reduz acidentes rodoviários

No âmbito do projeto Modelação e Predição de Acidentes de Viação no Distrito de Setúbal (MOPREVIS), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) que resultou de uma parceria entre a Universidade de Évora e o Comando Territorial de Setúbal da Guarda Nacional Republicana (GNR), foi desenvolvida uma aplicação digital de apoio à tomada de decisão, que permite a visualização do passado, presente e futuro.

A partir deste mês, esta aplicação começa a ser utilizada pelo Comando Territorial da GNR de Setúbal, sendo realizada, no dia 30 de novembro, uma formação sobre a mesma aos oficiais e sargentos do Destacamento de Trânsito de Setúbal.

Esta aplicação incorpora uma parte preditiva que combina resultados da aplicação de modelos estatísticos, análise espacial e modelos de Inteligência Artificial, permitindo “observar o futuro”. Foram identificadas algumas vias de maior risco de ocorrência de acidentes. Cada via foi segmentada em troços de 500 metros e a predição é obtida por troço para um dia e para um período temporal de horas. Os resultados são apresentados num mapa com informação por troço, onde também é possível consultar o histórico associado aos acidentes que ocorreram nesse troço.  A predição tem uma sensibilidade (probabilidade de predizer corretamente a ocorrência de um acidente) que varia entre os 71% e os 82%, conforme a via.

A aplicação possui, também, a possibilidade de visualizar e analisar os dados dos acidentes ocorridos na zona de ação do Comando Territorial de Setúbal da GNR. Dispõe, ainda, de um atlas criado com base num novo indicador de gravidade concebido pela equipa do projeto e com base na identificação de clusters de acidentes com vítimas.

Este era um dos desideratos do projeto MOPREVIS, cuja informação permitirá à GNR um apoio científico à tomada de decisão e um contributo relevante para uma otimização da gestão dos recursos humanos e materiais para a prevenção da sinistralidade rodoviária grave.

Recorde-se que Setúbal é o distrito de Portugal com maior sinistralidade grave relevante. Se for possível contribuir para poupar nem que seja apenas uma vida humana, este projeto já terá sido um enorme sucesso e um relevante contributo social da Academia através da aplicação do seu conhecimento, esforço e interação com a sociedade e com os parceiros que integram o projeto; considerou Paulo Infante, Professor da Universidade de Évora a coordenar este projeto no dia do lançamento do mesmo.

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