Legislativas 22: Tudo em aberto

Este domingo, vamos saber se António Costa sucede a António Costa, como novo primeiro-ministro, ou se será Rui Rio quem ocupa o Palácio de São Bento.

As sondagens são o que são, uma amostra do que podemos ter como resultado final e nos últimos tempos, a sua fiabilidade e assertividade tem deixado muito a desejar. Na verdade, há três meses, poucos acreditavam que Rio, desafiado por Rangel, e o PSD podiam aproximar-se sequer de Costa e do PS, mas as sondagens, as tais que deixam muito a desejar, mostram que os social-democratas estão na corrida.

O parlamento poderá mesmo virar a direita, se o CDS não cair tanto como parece vir a cair e os recentes Iniciativa Liberal e CHEGA conseguirem surpreender.

O PS parte com vantagem, a vantagem de quem está no poder e também com o desgaste de seis anos à frente dos destinos de Portugal. A CDU vem em queda e pode nem conseguir eleger João Oliveira, em Évora, nem o colega de Beja. Já o Bloco de Esquerda, também em perda, poderá sofrer do chamado voto útil no PS.

O PAN com nova liderança, não isenta de polémicas, aliada de Costa, revelou-se na sua vertente proibicionista e deverá ter a justa penalização nas urnas.

No final de tudo isto, se houver entendimento PS/PSD, se calhar muitos vão ficar surpreendidos. Mas, talvez as urnas os “condenem a entender-se”. Fica a nota.

No distrito de Portalegre, o PS, a ajuizar pelos projeções e resultados anteriores, deverá ter um deputado -Ricardo Pinheiro – confirmado no domingo, enquanto a dúvida será saber se o segundo e restante representante do menor distrito do País, será o jovem laranja José Pedro Luís ou Eduardo Alves, do PS. Uma “máquina socialista oleada”, contra um jovem desconhecido, sem grandes comícios ou arruadas, com auto promoção nas redes sociais, mas confiante na dinâmica de mudança nacional de Rui Rio.

Estará em jogo o voto útil, dado que a maior parte dos votos, tirando PS e PSD, à esquerda ou a direita, não terão, infelizmente, consequências para a eleição da composição da Assembleia da República.

Uma coisa é certa, se não foi um dos mais de 300 mil que já se anteciparam, vá votar para que a escolha não seja dos outros eleitores. Mais prognósticos? Domingo, depois do fecho das urnas falamos, na emissão especial eleições com todos os resultados do Alentejo e nacionais.

António Ferreira Góis

Diretor da Rádio ELVAS