As refeições servidas na Escola Básica 2,3 de Santa Luzia (“Ciclo”), em Elvas, estão a originar alguma revolta entre os pais.
As imagens das refeições, servidas na cantina desta escola, enviadas por uma mãe à Rádio ELVAS, mostram pratos com pouca comida, em que, e a título de exemplo, um prato da arroz é acompanhado somente por dois calamares (como se pode ver numa das imagens abaixo).
A situação não é nova, com pais e encarregados de educação, como Andreia Leão, a mostrarem-se cada vez mais desagradados com a falta de qualidade da alimentação nas escolas do concelho. Esta mãe, que garante que não têm sido apresentadas quaisquer soluções para este problema, diz ser “absurda” a “pouca quantidade e qualidade” de comida que é servida, diariamente, aos alunos no Ciclo de Santa Luzia. “Houve aí um dia em que era peixe com batatas, mas era apenas batatas. Peixe nem vê-lo. E isto tem sido uma constante”, assegura.
Segundo esta encarregada de educação, a Associação de Pais entrou em contacto com a diretora do Agrupamento de Escolas nº2 de Elvas, Brígida Gonçalves, que, pelo que conta Andreia Leão, através daquilo que soube através das suas filhas, “nos dias seguintes, andava no refeitório, de braços atrás das costas, a incentivar os meninos a comer, a dizer que a comida era muito boa, ou seja, soluções nenhumas e, de dia para dia, tem-se vindo a degradar mais”.
Considerando o aspeto da comida “horroroso e deplorável”, e para piorar a situação, Andreia conta que recebeu ontem uma imagem e um vídeo, enviados por uma das suas filhas, em que num prato de carne, com massa e grão, encontrava-se também um inseto. As duas filhas de Andreia queixaram-se ainda do pão que lhes foi servido. “Quando abriram o pão, o pão cheirava a bolor, cheirava mal, não estava em condições. Aparentemente não tinha bolor, mas tinha um cheiro horrível”, revela.
Considerando “inconcebível” toda esta situação, Andreia lembra que os pais, porque estão a trabalhar, não conseguem dar o almoço aos filhos, mas que os mesmos têm “direito a uma refeição em condições”. Contudo, e até ao momento, “ninguém resolveu nada”.
Assegurando que já no ano passado esta situação era uma realidade, acabou por “melhorar ligeiramente”, após os pais reclamarem. Ainda assim, nos dias seguintes, “os miúdos foram interrogados pela cozinheira para saber quem é que tinha feito queixa da comida”.
“Nós sabemos que a comida, numa escola, não pode ser exatamente como a nossa comida de casa, mas que tenha o mínimo de higiene e de condições e parece-me que este ano está a extrapolar qualquer situação anterior”, diz ainda Andreia.
Contactada pela Rádio ELVAS, e desconhecendo esta situação mais recente (do inseto no prato), a diretora do agrupamento assegura que todas estas questões são, “de imediato”, reportadas à Câmara Municipal, até porque a empresa que confeciona e serve os almoços foi contratada pela autarquia. “Muitas vezes, eu própria me dirijo à cozinha e vou averiguar o que é que se passou, porque às vezes as situações têm outros contornos e assim fica-se a saber tudo”, adianta. “Temos lá um funcionário a vigiar a fila do almoço, que também está a par de tudo e que nos informa do que se passa e nós reportamos para a autarquia”, acrescenta.
A professora, ainda assim, garante que há sempre comida que acaba nos pratos, depois dos almoços. “Não sei bem se falta comida, porque há muita comida que vem para trás”, revela, garantindo ainda que, quando questionou a cozinheira, esta lhe terá dito que sempre que os alunos querem comer mais podem repetir.
De recordar que também recentemente as refeições servidas no refeitório da EB 2,3 da Boa-Fé foram alvo de muitas críticas, por parte de pais e encarregados de educação, muito devido à pouca quantidade servida aos alunos (ver aqui).