Foi ao som das tradicionais saias de Campo Maior que abriu portas, este sábado, dia 27, a Casa das Flores. Este centro interpretativo das Festas do Povo está instalado no antigo edifício militar do Assento, requalificado com recurso a fundos comunitários, num investimento total de um milhão e duzentos mil euros, e que agora dá lugar a um espaço que permite compreender e interagir com a maior tradição da vila: as Festas do Povo
A cerimónia foi presidida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que garantiu tratar-se de “um espaço que permite dar a conhecer aos visitantes o que são as Festas do Povo. Qualquer visitante pode sentir e ver o que são estas festas, desde o início ao fim. Por outro lado, ficou aqui bem assente a vontade de ter as Festas do Povo, em 2023. Quero muito passar cá a noite da enramação e sentir o que é esta vivência única e maravilhosa”.
Para Luís Rosinha, presidente da câmara de Campo Maior, “este dia é muito importante para todos e marca um antes e um depois do contacto com as Festas do Povo. Até agora, só podíamos contactar com este evento quando elas aconteciam. E agora não”.
“Festas do Povo 2023 são um comboio em andamento”, avança Luís Rosinha
Em dia de inauguração, em que não faltaram saias de Campo Maior e flores de papel, ficou bem definida a intenção do município de organizar as Festas do Povo em 2023. De acordo com Luís Rosinha, as Festas do Povo 2023 “são um comboio em andamento. No entanto, há a necessidade do povo querer. Da parte do município temos total disponibilidade e agora só falta o povo dizer de sua justiça”.
Para o Comendador Rui Nabeiro a inauguração deste centro interpretativo “é algo extraordinário. Ando nestas lides da câmara desde os anos 60 e foi sempre um sonho que tive. Se a câmara souber dar um passo importante e acompanhar o desenvolvimento é um espaço que se assume como uma mais-valia que toca no povo todo”.
Já a presidente da Associação das Festas do Povo de Campo Maior, Vanda Portela, considera que “este é um dia muito feliz para todos”.
“É um enorme orgulho”, diz presidente da CCDR-Alentejo
Ceia da Silva, presidente da CCDR Alentejo, mostrou-se muito orgulhoso com esta inauguração, uma vez que fez parte do início da candidatura das Festas do Povo a património Mundial da UNESCO: “este centro interpretativo constava do plano da candidatura a património da UNESCO. São festas que não se realizam com uma periodicidade normal e para o turista quem vem a Campo Maior ter contacto com estas festas era necessário existir um museu. Aqui está ele”.
Na mesma cerimónia foi entregue o diploma da classificação das Festas do Povo como património imaterial da UNESCO. O embaixador José Filipe Moraes Cabral, presidente da Comissão Nacional da UNESCO, refere que “esta consagração na lista do património é algo muito importante. Ao todo, temos mais de 500 manifestações culturais na lista do património cultural imaterial da humanidade, entre as quais Campo Maior. De modo que, é o reconhecimento internacional da importância destas festas”.
“É necessário fazer da região um destino turístico”, garante Rondão Almeida
Esta casa das flores acaba por ser mais um espaço turístico e de atracão ao território da Eurocidade Badajoz, Elvas Campo Maior (EUROBEC). Rondão Almeida, presidente da câmara de Elvas, considera que “é necessário fazer desta região um destino turístico e não turismo de passagem. Temos aqui mais um património da humanidade classificado, juntando ao de Elvas, Évora, Mérida e Cáceres. Por outro lado, dou os parabéns ao meu colega de Campo Maior, pela excelente requalificação deste espaço que o tornou num museu que não fica nada atrás dos outros museus a nível nacional”.
Para o alcaide de Badajoz, Ignacio Gragera, este espaço “é muito importante pois permite ao visitante conhecer a tradição das festas do povo. É um centro muito bonito e que mostra uma festa que não se realiza sempre. Por outro lado, estou muito feliz por ouvir que em 2023 vamos poder disfrutar das Festas do Povo”.
A Casa das Flores resulta de um investimento de cerca de um milhão e duzentos mil euros, totalmente financiados por fundos comunitários: um milhão de euros investido na requalificação do antigo edifício do assento e duzentos mil euros para o espaço em si da Casa das flores.