Sindicato dos Trabalhadores dos Correios com ações de denúncia na região

A direção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações realiza até 17 se setembro, em diversos locais do distrito, ações de denúncia pública sobre os CTT nas sedes de distrito.

Em Portalegre, esta ação decorre hoje, no jardim do Plátano, em frente aos CTT, até Às 12 horas. Já amanhã, 18 de agosto, a ação decorre na Praça do Giraldo, em Évora, entre as 10.30 horas e as 12 horas, já em Beja decorre também amanhã, entre as 16 e as 17.30 horas, nas Portas de Mértola.

Em comunicado, o sindicato informa que há a necessidade de “parar a destruição do que resta do bom que foram os CTT, pelo excelente serviço que prestavam/prestaram e do seu capital mais importante, os seus trabalhadores e as suas trabalhadoras”.

O sindicato vem assim denunciar “o que está mal nestes CTT que foram criminosamente privatizados”, onde irão dizer “tão só, e apenas, a verdade”.

Assim sendo o sindicato afirma que “a Gestão Privada dos CTT tem que repor a prestação de um Serviço Público Postal de qualidade, vergonhosamente degradado no pós e no após privatização. Apesar de o primeiro-ministro e o Governo terem recusado a renacionalização dos CTT, desautorizado a ANACOM e terem dado, de mão-beijada, aos acionistas dos CTT, um Contrato de Prestação do Serviço Postal Universal leonino para os últimos, o decréscimo na qualidade do serviço prestado está à vista de todos os Portugueses e as sucessivas multas da ANACOM por incumprimento dos padrões mínimos de qualidade são disso a prova”.

“A gestão Privada dos CTT tem que prover trabalhadores em número suficiente nas ruas e nos balcões. Faltam neste momento, no plano nacional, mais de 750 Carteiros e 250 Técnicos nos balcões. Os giros dobrados há meses, os balcões vazios há outros tantos, os Trabalhadores esgotados e a quem ainda tentam restringir o gozo de férias com a família, tudo isto tem que ter um fim”.

O sindicato denuncia também que “a Gestão Privada dos CTT tem que providenciar melhores condições de trabalho para todos os trabalhadores CTT e em especial para os que dão diariamente a cara pela Empresa na Distribuição e no Atendimento e que, também diariamente, passam a vergonha de se verem obrigados a prestar um mau serviço, a mando de uma má gestão, com a agravante de estarem sujeitos à “Lei da Rolha” e não poderem dizer, por exemplo, que o correio que estão a distribuir com atraso (por vezes de semanas) teria sido distribuídos a tempo e horas se não tivessem visto os seus giros acrescentados por extinção de outros e se cada giro tivesse um Carteiro titular”.

“ A Gestão Privada dos CTT tem que negociar/pagar salários que respeitem a qualificação profissional de cada trabalhador. A generalidade dos trabalhadores CTT são qualificados e altamente qualificados e ganharam essas qualificações por concurso/formação e provas dadas na prestação do seu trabalho (com mais de 38 Milhões de Euros de lucro em 2022, em que 36 Milhões foram direta ou indiretamente para o bolso dos acionistas, a Gestão aplicou unilateralmente (sem o acordo de qualquer um dos Sindicatos) um aumento de 7,50€ a cada Trabalhador”.

“A Gestão Privada dos CTT tem que acabar com a lamúria de, diz, não ter quem queira trabalhar na Empresa, fundamentalmente os jovens. Como quer a Gestão Privada dos CTT que os jovens queiram trabalhar na Empresa se lhes oferece trabalho só para o Verão e, pasme-se, quando mesmo assim algum jovem ou menos jovem se lhes dirige só lhes oferecem uma ou duas semanas de trabalho, quando não são dois ou três dias?”

“A Gestão Privada dos CTT tem que acabar com o assédio moral com que vem tentando menorizar Trabalhadores com carreiras longas para os levar a saírem da Empresa (despedindo-se ou aposentando-se antecipadamente). Os trabalhadores com carreiras longas que são possuidores de um know how da atividade postal que, temos pena, nenhuma universidade consegue dar. Os Homens e as Mulheres que construíram os CTT e que os fizeram resistir a vagas contínuas de má gestão – incluindo a atual – não estão, de certeza, a mais na Empresa. Na Empresa só está a mais quem nela entrou, “sem saber ler nem escrever” como diz o velho ditado português, “a convite de fulano de tal”, “por favor de sicrano de tal” o com o “cartão de tal” na mão. Na Empresa só está a mais quem tem a desfaçatez de mandar ou de, a mando, assediar Trabalhadores com Carreira e provas dadas nos CTT para os levar a despedirem-se ou aposentarem-se antecipadamente com graves penalizações”.