“Os Agentes do Serviço Musical das Catedrais de Elvas e Portalegre” é o nome do livro, da autoria de Hugo Porto, que foi apresentado esta segunda-feira, 11 de julho, na Biblioteca municipal de Elvas.
Este livro corresponde à tese de doutoramento do autor, em que, tal como explica, se baseou “nos músicos das catedrais de Elvas e de Portalegre, nas suas variadas vertentes, nomeadamente, na composição dessas capelas musicais, o seu funcionamento, os elementos que as integravam, com um especial enfoque no percurso desses indivíduos, ou seja, como ingressavam na atividade musical nas Sés, que percurso faziam, que tipo de instrumentos usavam e onde ficavam alojados”.
A progressão dentro da capela por parte destas pessoas também foi abordada, tendo percebido que “os vínculos que eles tinham com as catedrais foram evoluindo, porque se encontram mais músicos leigos, nos tempos iniciais das catedrais e, ao longo do tempo a maioria eram padres que se dedicavam à música nas suas mais variadas vertentes”.
Hugo Porto destaca Manuel Rodrigues Coelho que foi ”moço do coro na Sé de Elvas e foi dos primeiros músicos a ver uma obra impressa para tecla e órgão”.
Para a sua obra, Hugo Porto reuniu informação profissional e patrimonial sobre o tipo de rendimentos destes agentes das catedrais de Elvas, ou seja, “se tinham rendimentos ou se tinham propriedades e, no caso de Elvas estavam envolvidos na atividade económica da cidade”, até porque esta matéria, revela, “não estava estudada que há cerca de 100 anos que não se escrevia nada sobre este assunto”.
Já Ana Paula Amendoeira, diretora regional de Cultura do Alentejo, a entidade que apoiou o lançamento desta obra, revela que este é um “trabalho de investigação histórica muito importante, porque ajuda a conhecer uma área de investigação que não tinha sido bem explorada”.
A Direção Regional de Cultura do Alentejo “tem uma forte aposta no apoio editorial de obras de investigação sobre o Alentejo, nas várias dimensões, e esta área da música é muito fértil e interessante mas, precisa ainda de um forte apoio para a sua investigação se desenvolver mais e, é um mundo a descobrir, remata Ana Paula Amendoeira.