Depois de ter chegado à redação uma denúncia de alegados cortes ilegais de sobreiros em Vila Fernando, na estrada de Elvas, junto do Monte do Paço, a Rádio ELVAS esteve no local e procurou esclarecer o caso.
A denúncia remonta ao final de novembro, sendo que, de acordo com a queixa, os responsáveis pelo corte dos sobreiros terão abatido pernadas reais, tendo pintado, de cor escura, esses mesmos cortes, para os disfarçar.
A Rádio ELVAS procurou respostas, junto da GNR, que garante que “apesar de não existir registo da denúncia em apreço na Linha SOS Ambiente e Território do Serviço da Guarda Nacional Republicana, o Núcleo de Proteção Ambiental de Elvas já tinha realizado uma fiscalização ao local”.
Neste caso, adianta a GNR, “o ICNF emitiu uma autorização para o corte de braças de sobreiros junto da EN n.º 372, por estarem em risco de caírem para a referida via, ou de obstruir a via pelo seu normal crescimento, podendo provocar acidentes e outros danos, considerando que é uma estrada com algum trânsito, nomeadamente de veículos pesados de passageiros e de veículos pesados de mercadorias”.
O Núcleo de Proteção Ambiental de Elvas, revela ainda a GNR, “procedeu à fiscalização dos trabalhos, como é usual, com o objetivo de verificar as boas práticas da poda, visando garantir as características das árvores em questão, nomeadamente manter a sua sanidade e equilíbrio vegetativo, sem afetar a sua capacidade produtiva e normal desenvolvimento”.
Relativamente ao referido produto de cor escura colocado nos cortes, a GNR informa “que serve para proteger os golpes da propagação de pragas e doenças, bem como as infiltrações de água, para evitar o apodrecimento da árvore, aumentando assim a sua duração de vida”.
Esclarece ainda a GNR que “conforme estipulado no Decreto-lei n.º 169/2001 de 25 de maio, na sua versão vigente, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade competente pela emissão das licenças deste tipo de corte e/ou podas, após requerimento dos proprietários ou mandatários, remete à GNR, para fiscalização e verificação, cópia do referido requerimento, visando fiscalizar-se se os trabalhos estão a ser cumpridos conforme as determinações legais e determinadas”.
No caso apresentado, aquilo que parecia um corte ilegal de árvores protegidas, afinal tratou-se de uma ação de proteção de quem circula na estrada nacional, junto a Vila Fernando, realizada com o devido licenciamento.