Em Dia Mundial da Música, Luís Zagalo destaca o papel desta arte no pós-reforma

Hoje, 1 de outubro, é Dia Mundial da Música: uma data, instituída em 1975, pelo Conselho Internacional da Música, da UNESCO, que serve, sobretudo, para promover a arte musical em todos os setores da sociedade e divulgar a diversidade musical.

A importância da música e dos seus efeitos na formação das crianças e jovens tem sido muito estudada e abordada, ao longo dos anos, contudo, e de acordo com o diretor da Academia de Música de Elvas, Luís Zagalo, há ainda “uma lacuna”: o estudo do papel que esta expressão artística pode ter na vida de uma pessoa, depois da reforma, muitas que sempre viram ser-lhe adiado o sonho de aprender a tocar um instrumento.

“Tenho tido contacto próximo com alguns casos, nomeadamente através da Academia de Música de Elvas, de pessoas que tiveram toda uma vida ativa, profissional, que se reformam e chegam até nós com um discurso que se resume, mais ou menos, à ideia de ‘eu sempre quis aprender a tocar violino, piano, saxofone, ou outro qualquer instrumento, e que por razões várias, foi sempre um sonho adiado, mas agora chegou a minha vez'”, conta Luís Zagalo, adiantando que considera estas situações “fabulosas”. Com as Universidades Seniores, diz ainda, há espaço para que a música tenha uma amplo papel a desempenhar neste contexto.

O músico relata uma das experiências mais gratificantes que, até ao dia de hoje, o mais marcou: “uma senhora de 85 anos numa cadeira de rodas, cujo o sonho de uma vida era aprender a tocar violino”. “Ninguém imagina o que é poder fazer isso acontecer, sem que depois a dimensão artística esteja ali presente, com um referencial de exigência habitual, mas em que a dimensão humana é avassaladora”, assegura.

Luís Zagalo garante ainda que não existe uma outra forma de expressão artística tão agregadora quanto a música. “Nós podemos ter concertos, dos mais diversos estilos e géneros, que podem, em direto e ao vivo, chegar a centenas e dezenas de milhares de pessoas”, recorda.

Alguns estudos revelam que ouvir música pode ajudar a reduzir o stress e até diminuir sintomas de depressão. A música pode ainda deixar-nos mais felizes, sendo que músicas tristes podem, na realidade, conduzir a emoções positivas. Já ouvir música clássica ajuda a aliviar sintomas de insónia.