Neste domingo, 14 de março, às 17 horas espanholas (16 horas em Portugal) irá jogar-se em Badajoz um dos “clássicos” mais escaldantes do futebol espanhol, embora não seja muito conhecido, já que no relvado do Estádio Nuevo Vivero não só estarão dois clubes de futebol, com grande rivalidade entre eles, também duas cidades com a mesma rivalidade, ou ainda mais, as quais estão a 60 quilómetros uma da outra.
Para tentar esclarecer os ouvintes e leitores da Rádio Elvas desta rivalidade, que vai além do futebol, devemos dizer que desde há longa data a Estremadura espanhola tem duas províncias, Cáceres e Badajoz, sendo que Mérida sempre foi uma cidade da província de Badajoz, ainda pertence à província, mas com a criação em 1983 da região autónoma da Estremadura, Mérida foi nomeada a capital regional.
Até a década de noventa do século passado, o CD Badajoz foi o clube mais marcante da Estremadura, fundado em 1905, com milhares de adeptos e com inúmeras presenças na
Segunda divisão e Segunda B, enquanto o Mérida tinha sido um clube com pouca massa
associativa e que raramente foi além dos distritais ou da terceira divisão. Naquela altura dos anos noventa, o clube chamado Mérida CP começou a crescer e atingiu patamares muito elevados no futebol profissional espanhol, fato que acrescentou a rivalidade.
No que diz respeito ao jogo de domingo à tarde, penúltimo para ambas as equipas na Primeira Fase da série 5B da Segunda B, o CD Badajoz –líder isolado da tabela classificatória – pretende somar mais três pontos para se arrastar na Segunda Fase. No caso da vitória dos alvi-negros de Badajoz, deixariam à AD Mérida quase sem opções para terminar nas três primeiras posições no fim da atual fase do campeonato e a presença da turma “romana” na nova Primeira RFEF, da época seguinte, já não estaria garantida.
Apenas os associados do CD Badajoz com lugar cativo e os atletas das camadas jovens do clube terão acesso ao Estádio, já que devido às restrições, por causa da pandemia, a lotação foi reduzida para cinquenta por cento, além disso o jogo foi declarado de “alto risco” pela comissão anti-violência de Espanha, fato que impede a criação dum perímetro de segurança pela polícia e tornou impossível que o clube “pacense” pudesse disponibilizar ingressos para os adeptos visitantes.
Emílio Pinilla