Os profissionais de saúde dos Centros de Respostas Integradas (CRI) do Alentejo, incluindo os de Elvas e Portalegre, não foram ainda vacinados contra a Covid-19, o que acabou por gerou algum descontentamento entre médicos, enfermeiros e psicólogos.
Carla Temudo, enfermeira especialista no CRI de Elvas, explica que foi pedida, pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, “no final do ano passado, a listagem dos profissionais de saúde envolvidos nos cuidados diretos a utentes, com número de utente e categoria profissional, para que pudesse somar a quantidade de vacinas que estariam disponíveis”.
Quando o plano de vacinação teve início, os mesmos não foram chamados a receber a vacina, e estes profissionais começaram a manifestar dúvidas pela não chamada para a vacinação.
Entretanto, no início de fevereiro, e como explica Carla Temudo, “receberam uma resposta da Administração Regional de Saúde do Alentejo, dizendo que a Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (DICAD) não se inseria nesta primeira fase de vacinação, e que a ARS questionou a Task Force nacional, estando a aguardar indicações”.
Sem concordar com esta exclusão da primeira fase do plano de vacinação, a DICAD, em que se incluem os Centros de Respostas Integradas, pediu uma justificação à ARS Alentejo, sobretudo depois de profissionais, de outras regiões, já terem sido vacinados. Carla Temudo refere que não suportam a ideia de “não estarem inseridos nesta fase e explica que na norma 2/2021 que saiu a 30 de janeiro consta que seriam inseridos os profissionais de saúde, diretamente envolvidos na prestação de cuidados de doentes, que é o nosso caso, e não entendemos porque a ARS não nos considera nesta fase, como profissionais ativos”.
Entretanto, a ARS comunicou já a estes profissionais que as suas vacinas já foram pedidas, pelo que se prevê que serão vacinados, no decorrer das próximas semanas. Neste momento estão a aguardar que as vacinas para os CRI’s, cheguem à ARS Alentejo.
Os CRI trabalharam diretamente com pessoas toxicodependentes e portadoras de HIV. No caso do Alentejo existem cinco CRI: em Elvas, Portalegre, Évora, Beja e Santiago do Cacém, com mais de 60 profissionais.
Os profissionais do CRI e Évora de Santiago do Cacém foram já vacinadas, segundo a ARS Alentejo, a partir de vacinas sobrantes, de frascos diluídos.