Falta de vacinas no lar dos Amigos de Vila Fernando gera indignação (c/vídeo)

A segunda fase de vacinação contra a Covid-19 arrancou esta terça-feira, dia 2, no lar da Associação dos Amigos de Vila Fernando.

No entanto, a falta de vacinas gerou indignação junto da Direção e dos funcionários do lar. Ao mesmo tempo que iria decorrer esta segunda fase de vacinação, também os oito funcionários que não tinham levado a primeira dose da vacina, iriam agora ser vacinados, segundo indicação da ULSNA, o que não veio a acontecer.

A presidente da instituição, Teresa Galego, explica que, durante esta manhã, recebeu uma chamada do Centro de Saúde a informar que “quem não tomou a primeira dose na primeira vez, a mesma iria agora ser administrada, no entanto, e quando as enfermeiras da ULSNA chegaram tal não se verificou”, pelo que Teresa considera “uma tristeza, porque nos lares todas as pessoas lidam com os idosos”, considerando a situação “ridícula, e sem sentido”.

Teresa Galego refere também que não compreende porque é que estas oito pessoas ficaram por vacinar, considerando a situação “inconcebível, e este um país de terceiro mundo, porque não há razão para estas pessoas ficarem sem a vacina”.

Estas oito pessoas assumem funções na secretaria, cozinha, lavandaria e há um funcionário que faz as compras e trabalha no apoio domiciliário. Outro motivo que gera indignação é o facto de noutros lares do concelho a primeira dose ter sido administrada a todos os funcionários e neste não, “sem qualquer justificação”, diz Teresa Galego.

Rui Badalo é o funcionário que faz o apoio domiciliário e, à nossa reportagem, refere que se sente “triste, aborrecido e chateado com esta situação”, uma vez que é a segunda vez que pensa que lhe vai ser administrada a vacina e tal não acontece. Rui explica que esta situação gera ansiedade, porque como faz entregas ao domicílio e se desloca várias vezes aos supermercados, está em contacto com várias realidades e com os utentes. Segundo o combinado, iria levar a primeira dose da vacina, mas “como não aconteceu esta situação é lamentável”, refere.

Susana Belchior, administrativa da instituição, é outra das funcionárias que não recebeu a primeira dose da vacina, como estava planeado. Susana explica que não entende qual será o motivo para tal não tenha acontecido, e tendo em conta que este acaba por ser “um lar familiar” e embora desempenhe funções de administrativa tem contacto com os utentes.

Esta funcionária adianta que foi pedida uma listagem com os colegas que não foram vacinados na primeira vez e, à chegada das enfermeiras, foi comunicado que estes não iriam levar a primeira dose das vacinas. Susana diz que, na primeira vez que a ULSNA solicitou a listagem de pessoas que iriam ser vacinadas, foram “verdadeiros” e enviaram apenas os auxiliares de ação direta com os utentes e diz mesmo que “se calhar se tivéssemos colocado os nossos nomes na primeira vez, talvez já estivéssemos vacinados”. “Temos colegas que vieram até à instituição para receberem a vacina e foram embora, depois de saberem que não iriam levar a primeira dose”.

Oito funcionários do Lar Amigos de Vila Fernando que, até à data, e ao contrário do que tinha sido transmitido esta manhã, ainda não receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, o que gerou indignação junto destas pessoas, uma vez que estão também em contacto com utentes.