Skip to content

Luís Mourinha sai do Município de Estremoz

Luís Mourinha saíu do Município de Estremoz esta segunda feira, na sequência de um longo processo judicial em que foi decretada a perda de mandato pelo Tribunal.

A Câmara de Estremoz passa a ser dirigida pelo até aqui Vice-Presidente Francisco João Ameixa Ramos. De seguida apresentamos a carta de Mourinha aos estremocenses:

Caros Estremocenses,

Como é do conhecimento geral, o Tribunal Constitucional indeferiu o recurso que apresentei, no âmbito do processo que me foi movido pela LACE – Liga dos Amigos do Castelo de Évora Monte, tendo sido confirmada a sentença que me foi aplicada pelo Tribunal de Estremoz, a qual tem como pena acessória a perda de mandato.

Recordo que este processo teve início quando, em 2010, detetei a existência de várias irregularidades numa candidatura da LACE ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Associativo, tendo a referida associação utilizado parte do subsídio que lhe fora atribuído para a organização de uma atividade no castelo de Évora Monte em 2009, em outra completamente distinta e que implicou a realização de viagens ao estrangeiro por parte do seu Presidente da Direção, Eduardo Basso, e familiares.

Face a esta situação, suspendi de imediato o subsídio à LACE, enviando um ofício ao seu Presidente, e dei instruções para que os serviços municipais procedessem à análise do processo de candidatura, tendo-se concluído a existência de diversas irregularidades no mesmo. Para além de as verbas terem sido utilizadas em fim distinto daquele para as quais tinham sido atribuídas, a LACE não obteve da Câmara Municipal a devida autorização para que tal acontecesse, facto que foi devidamente confirmado pelo Presidente da Câmara à época, José Alberto Fateixa, durante a audiência de testemunhas no Tribunal.

Na sequência da carta que enviei, a LACE apresentou queixa contra a minha pessoa e, após uma absolvição e um arquivamento do processo, o Tribunal de Estremoz decidiu condenar-me pelo crime de prevaricação, punindo-me com 2 anos e 8 meses de prisão (pena suspensa) e perda de mandato, condenando-me ainda e ao Município com o pagamento de indeminizações à LACE.

Vingou a tese em Tribunal de que o não pagamento do subsídio à LACE não se deveu às irregularidades processuais e documentais comprovadamente demonstradas nessa sede (desvio de dinheiros públicos para utilização em fins diferentes dos deliberados pela Câmara Municipal), mas sim devido a um documento político e de indignação pessoal por mim subscrito e endereçado a Eduardo Basso, em resposta a um artigo difamatório por ele subscrito no Jornal Ecos.

Fui condenado por cumprir os meus deveres legais, enquanto Presidente da Câmara, gestor público e defensor dos dinheiros dos contribuintes, enquanto o causador dos factos e o verdadeiro prevaricador, vitimando-se, acabou por ser premiado com a dita sentença.

Tal como previsto na Lei, com a minha saída do Município de Estremoz, assumirá as funções de Presidente da Câmara o atual Vice-Presidente, Francisco João Ameixa Ramos, no qual deposito a minha inteira confiança para o desempenho destas funções.

Da minha parte, continuarei a acompanhar a atividade municipal e o desenvolvimento social e económico do Concelho de Estremoz e a estar atento aos anseios e aspirações dos Estremocenses, que me elegeram de forma inequívoca e dos quais continuarei a ser defensor incondicional.

No momento em que abandono as funções de Presidente da Câmara Municipal de Estremoz cumpre-me agradecer a todos a colaboração prestada à minha pessoa e à minha equipa, no desempenho das mesmas, estando sempre disponível para apoiar, naquilo que forem as minhas possibilidades futuras, o desenvolvimento sustentado do concelho de Estremoz.

Grato pela atenção dispensada, apresento os meus melhores cumprimentos.

Estremoz, 4 de fevereiro de 2019

 

O Presidente da Câmara

Luís Filipe Pereira Mourinha

Compartilhe este artigo: