A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, esteve esta sexta-feira, 2 de julho, de visita à Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Elvas, para conhecer o trabalho desenvolvido na instituição, bem como para perceber quais as suas principais necessidades.
No final da visita, Ana Sofia Antunes revelou que, nesta casa, encontrou uma equipa de trabalho muito ativa, dando destaque à forma como tem sido feita a inserção das pessoas que frequentam a APPACDM na sociedade e a adaptação ao momento de pandemia que se vive. “Temos aqui respostas muito variadas, que vão desde o Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, que está a fazer agora um trabalho de adaptação e transição à nova legislação que foi aprovada, e que está a apostar, cada vez mais, na inserção de pessoas com deficiência na comunidade, seja através de atividades socialmente úteis, seja através de tentativas de experiências profissionais”, revela.
Ana Sofia Antunes destaca ainda o facto de, através dos serviços de restauro de móveis, da lavandaria e da confeção de produtos alimentares, a instituição conseguir levar a comunidade até ela. “É uma instituição extremamente ativa e que teve a capacidade e sabedoria de se adaptar a todas as restrições e contingências que este quase ano e meio trouxe à vida de todos nós”, acrescenta.
A secretária de Estado assegura ainda que a APPACDM de Elvas precisa de mais vagas disponíveis em lar residencial, ainda que as pretensões da instituição passem por transformar o seu lar residencial em mais residências autónomas, algo que, do ponto de vista de Ana Sofia Antunes é uma “solução difícil”. “Estamos a falar de uma resposta de autonomização e convertê-la numa resposta residencial, mais fechada, é difícil”, remata.
Já o presidente da direção da APPACDM de Elvas, Luís Mendes, espera que se possa encontrar “a melhor solução” para esta situação, garantindo que “a resposta atual não está adequada à necessidade”. “Para que fique adequada a cem por cento, necessitamos ali de alguma transformação e foi isso que transmitimos à secretária de Estado, cientes que a mesma irá debruçar-se sobre a situação”, acrescenta.
Essa transformação do lar residencial em residências autónomas, alega ainda Luís Mendes, seria uma mais-valia, a vários níveis, sendo que, desde logo, aumentaria o número de vagas. “Aumentaria o número de vagas, o número de recursos humanos e o valor das comparticipações”, garante. “Foi muito importante ela conhecer a nossa dinâmica, do dia a dia, como também conhecer algumas das problemáticas que estas instituições vivem, nomeadamente nas áreas social e solidária”, revela ainda Luís Mendes, agradecendo a visita da secretária de Estado.
Nuno Mocinha, presidente da Câmara de Elvas, lembra que a APPACDM, à semelhança de outros instituições do género, não conseguem ir para a frente sem o apoio da comunidade local e das instituições públicas, como é o caso da autarquia e dos vários ministérios do Governo. “Tem que haver sempre pessoas que queiram levar os projetos por diante e a APPPACDM tem demonstrado isso”, assegura, lembrando que a presença da secretária de Estado serviu, sobretudo, para “colocar em prática a visão do Governo para esta área”.
O autarca destaca ainda o facto dos corredores da instituição já contarem com identificação em Braille. “Quem tem visão, muitas vezes, não se lembra que há pessoas invisuais”, lembra, dizendo ainda que a APPACDM é uma casa que muito acarinha, estando a Câmara Municipal de Elvas sempre disponível para colaborar com o Governo para ajudar a instituição em projetos que ambicione colocar em prática.
No início da visita, a secretária de Estado, juntamente com Luís Mendes, tiveram oportunidade de descerrar uma placa, para marcar esta passagem de Ana Sofia Antunes pela APPACDM de Elvas.