O Lar Santa Beatriz, em Campo Maior, proporciona aos residentes uma série de atividades semanais que equilibra o esforço motor e psicológico.
Atualmente a instituição acolhe 65 residentes e para auxiliar nas rotinas conta com “uma equipa técnica constituída pela diretora, uma psicóloga e uma animadora”, que segundo Alexandra Mamede, animadora sociocultural do Lar Santa Beatriz, tratam “das atividades semanais dos utentes, uma vez que estar num lar não é estar parado. Estar num lar é criar objetivos, é criar uma nova adaptação e a instituição é a casa deles (dos utentes)”
O Lar Santa Beatriz tenta acompanhar as características pessoais de cada utente. “Tentamos fazer atividades que vão de encontro aos gostos e preferências dos diferentes tipos de pessoas que nós cá temos (na instituição). Temos pessoas com experiências diferentes e que tiveram vidas diferentes”, explica Alexandra Mamede.
Relacionadas as particularidades dos utentes, a instituição, promove um programa vasto de atividades, sendo que, a parte religiosa “nestas idades tem um poder muito forte” e, por isso, todas as quartas-feiras é celebrada a eucaristia com um grupo de voluntários que colaboram no coro e com a presença do padre. “Nas sextas-feiras é feita a oração do Terço e há três anos que comemoramos no mês de maio uma procissão na nossa quinta” realça a animadora sociocultural do Lar Santa Beatriz.
A nível motor e físico é realizada uma aula de dança sentada, uma aula adaptada à terceira idade, onde os utentes “dançam e cantam”. Outro aspeto que Alexandra Mamede realça é o princípio da “promoção da verticalidade, ou seja, dentro das possibilidades promover o caminhar. Imaginar a verticalidade, o andar, é muito positivo. Embora alguns utentes tenham algumas dificuldades, o dar os pequenos passos todos os dias é muito importante”.
Para além das atividades físicas, a mente precisa também de ser exercitada, através de jogos cognitivos, ou seja, jogos de tabuleiro, o bingo e conversas de orientação. “As semanas aqui acabam por serem muito semelhantes, então, é necessário orientar através também do quadro de orientação em que em qualquer local do salão conseguimos perceber qual o horário, o dia e a estação do ano em que estamos”, explica ainda Alexandra Mamede.
Para não perderem os ensinamentos e as rotinas que a vida providenciou, as atividades de vida diária, promovem a capacidade de libertar a imaginação e a própria escrita, isto é, “a leitura, o treino da assinatura e da escrita, o cozinhar, no fundo manter as competências ao máximo”, aponta Alexandra Mamede.
O convívio e festejo de datas importantes fazem parte do quotidiano seja dentro ou fora do Lar Santa Beatriz, através “ da comemoração dos aniversários ao dia de cada utente” ou, como indica a animadora sociocultural do Lar Santa Beatriz “com um acordeonista, voluntario da instituição, José António Coelho, que vai ao Lar Santa Beatriz mensalmente tocar durante uma tarde acordeão, onde se junta utentes de Centro de Dia e Lar”. “Relativamente ao convívio fora da instituição sempre que é possível tentamos colaborar quer seja a convite do município ou de outras instituições. Tentamos sair e trazer também as outras instituições até cá (ao Lar Santa Beatriz), uma vez que não pertentemos de modo algum ser uma instituição fechada”.
Rosália Lucas, utente no Lar Santa Beatriz, sempre morou em Campo Maior e durante a sua vida trabalhou em costura, fez bolos para venda e teve uma mercearia. Atualmente encontra-se na instituição há quatro meses. “Gosto de aqui estar e faço tudo o que pedirem para fazer”, conta Rosália Lucas à Radio Campo Maior. “Levando-me às 6h30, é muito cedo, mas durante o dia também não durmo e ando até ao pátio, sento-me no cadeirão, é o meu dia-a-dia”.
“Estar no lar não é estar parado” e no Lar Santa Beatriz, os utentes, têm semanalmente atividades que estimulam o corpo e a mente.