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Viola Campaniça: o instrumento de eleição da tradição musical do Baixo Alentejo

Pedro Mestre

A Viola Campaniça é o instrumento de eleição da tradição musical do Baixo Alentejo. Acompanhando o cantar ao desafio, as modas campaniças são hoje uma sonoridade única.

Pedro Mestre, natural da Aldeia da Sete, em Castro Verde, tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana, desenvolvendo vários projetos nesta área, enquanto cantor, tocador e construtor de Viola Campaniça, instrumento que aprendeu a tocar com os mestres Manuel Bento e Francisco António. “Desde muito novo que me tenho preocupado com a salvaguarda do instrumento e fazer com que ele seja tocado é, aos poucos, indo concretizando sonhos, desejos e vontades”, assegura o músico.

Hoje, a partir do Centro de Valorização da Viola Campaniça em S. Marinho das Amoreiras, e da oficina de Daniel Luz, em São Teotónio, o concelho de Odemira está “a construir viola campaniça para o mundo inteiro”. “Esta é uma situação que nos agrada: não só o facto por estarem a ser construídas, mas também por haver gente que as procura, que as compra e que as quer tocar. Para nós é muito agradável perceber que o instrumento está a conseguir o seu lugar, o seu espaço, que é tocado por músicos, por tocadores, curiosos, por estudiosos”, revela Pedro Mestre.

Para este apaixonado pela Viola Campaniça, é nos grandes palcos que este instrumento tradicional e “vivo”, que tem “evoluído ao longo dos últimos anos”, merece estar.

Pedro Mestre tem vindo a contribuir para a salvaguarda e dinamização deste instrumento, junto das escolas, o que permitiu a criação de uma componente de aprendizagem do toque e da construção da Viola Campaniça na Escola Secundária de Castro Verde, cativando toda uma nova geração de tocadores.

Atualmente, a construção e o toque da Viola Campaniça ensinam-se no Centro de Artes e da Viola Campaniça de Castro Verde e em algumas freguesias do concelho de Odemira.

Já o mestre Daniel Luz, que faz violas campaniças deste 1998, já antes produzia outros instrumentos: de cordas, guitarras portuguesas, clássicas e cavaquinhos. “A viola campaniça não fazia porque não tinha oportunidade de ter uma nas minhas mãos para tirar medidas e fotografias para ver como era construída. Foi em 1998 que tive a oportunidade de encontrar o senhor Manuel Bento com uma viola e pedi-lhe para me deixar tirar medidas e fotografias, a partir daí é que comecei a fazer”, conta.

Até ao dia de hoje, Daniel Luz já construiu cerca de 300 exemplares deste instrumento, sendo que vai também passando os seus conhecimentos a quem quer aprender.

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