Rui Jorge Sousa é o cabeça de lista do Bloco de Esquerda (BE), pelo círculo eleitoral de Portalegre, às eleições legislativas de 10 de março. O segundo candidato é Beatriz Carlo Silva, o terceiro Fernando Manuel Favita Pereira e o quarto Daniela Sande Lopes. O mandatário desta candidatura é José Luís Monteiro.
Sob o mote “Por um distrito com futuro”, o Bloco de Esquerda divulgou o seu programa eleitoral em que tem como áreas prioritárias a saúde, promoção da criação de empregos com condições e direitos assegurados a jovens e idosos; regionalização; mobilidade; alterações Climáticas e Ambiente; inclusão, Equidade e Segurança: Minorias Étnicas, Imigrantes e Igualdade de Género e ainda Cultura, património e educação.
O programa eleitoral do Bloco de Esquerda, que pode na íntegra:
“O distrito de Portalegre tem estado ao longo dos anos ao abandono do poder central! É preciso mudança no interesse das populações, mudanças que exijam mais Investimento Público, nomeadamente na Saúde, na Educação, na Mobilidade, no Apoio Social.
As populações do Distrito de Portalegre têm ao longo das últimas décadas sofrido de todos os males de que o interior do País sofre: ausência de desenvolvimento económico e social refletindo-se na perda de população, encerramento de serviços públicos, dificuldade de movimentação devido à deterioração dos transportes terrestres e ferroviários.
Apesar das várias promessas poucas vezes são cumpridas, expressando assim a falta de capacidade e de compromisso com os cidadãos o que na prática representa abandono por parte dos governos.
As duas principais forças políticas que têm governado em Portugal e que no Distrito tem dividido entre si a eleição dos dois deputados que por Portalegre têm sido eleitos, são os principais responsáveis pelo estado a que se chegou. Nos períodos eleitorais as promessas sucedem-se e repetem-se, mas os resultados no final de cada Legislatura são sempre os mesmos, isto é: contínuo abandono. É preciso mudança no interesse das populações, mudanças que exijam mais Investimento Público, nomeadamente na Saúde, na Educação, na Mobilidade, no Apoio Social.
O isolamento a que estão sujeitos os idosos no nosso Distrito conjugados com o estado a que chegaram os serviços de Saúde, começando pelos Hospitais de Portalegre e de Elvas, passando pelos diversos Centros de Saúde do Distrito, com a falta de pessoal médico, enfermagem e outros serviços e pelo encerramento de especialidades nos dois hospitais. Utentes sem médicos de família, demora nas consultas de especialidades, Centros de Saúde com falta de pessoal e em alguns casos sem condições de atendimento e de prestações dos cuidados de Saúde são demonstrativos da forma como somos tratados: o abono e a falta de financiamento que o Governo tem praticado em relação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ausência de uma rede de transportes públicos que possa dar resposta às necessidades de ligação em cada concelho e entre concelhos provoca que as pessoas vivam completamente isoladas. A população vê-se na contingência de se socorrer em caso de necessidade de serviços com os custos agravados apesar das suas dificuldades económicas.
Torna-se assim premente eleger deputados do Bloco de Esquerda para na Assembleia da República reivindicarem e defenderem os interesses das populações do nosso Distrito! Capaz de provocar mudança na orientação politica e que se traduza em melhorias na vida das pessoas.
Saúde
– Instituir um plano de urgência para os hospitais de Portalegre e Elvas, visando resolver as crises nas suas unidades de urgência.
– Recrutamento de profissionais na área médica, de enfermagem e assistencial.
– Nos Centros de Saúde, ativar as extensões de Saúde fechadas no distrito e abordar com prioridade a lista de espera para consultas especializadas.
– Transporte para os hospitais e garantia do mesmo na saída das unidades hospitalares. Fortalecer o SNS e não contrário do que aconteceu na última década.
Promover a criação de empregos com condições e direitos assegurados a jovens e idosos
– Obrigatoriedade das empresas apoiadas por dinheiros públicos terem nos seus quadros de pessoal trabalhadores efetivos.
– Reforço dos quadros de Inspetores/as na ACT de Portalegre.
– Fixar e assegurar o futuro dos jovens no distrito.
– Defesa dos postos de trabalho.
– Apoio aos idosos nos custos de alojamento temporário ou permanente.
– Apoio a empresas na colocação de pessoas com mobilidade reduzida nos seus quadros.
Regionalização
A Regionalização serve para combater as assimetrias regionais e poder promover o desenvolvimento equitativo da Região de forma integrada de acordo com as respetivas necessidades. Regionalizar é democratizar, é descentralizar e é desenvolver a Região.
Mobilidade
– Responder à falta de transportes no distrito, em foco a atender às necessidades específicas dos idosos e dos jovens deslocados. A implementação de um sistema de transporte público mais eficiente, com horários flexíveis e rotas estrategicamente planejadas para conectar áreas remotas. De forma a ampliar as ligações com outros distritos, com intenção de estabelecer uma rede de transporte regional mais interligada e direta.
– Criação de passes sociais combinados que articulem transportes urbanos e interurbanos, tornando os transportes públicos gratuitos, principal transporte de crianças para as escolas.
– Investimentos em infraestrutura para modernização e expandir as linhas ferroviárias de maneira a proporcionar mais acessos e aumentar a eficiência de transporte de passageiros
– Dotar os edifícios públicos com acessos que permitam a todos os cidadãos a sua utilização.
Alterações Climáticas e Ambiente
– Persistir na luta pelo encerramento da Central Nuclear de Almaraz.
– Reforçar a atuação governamental na supervisão da poluição das ribeiras, impondo penalidades significativas aos agentes poluentes.
– Divulgar o cadastro florestal do Parque Natural de S. Mamede.
– Obrigatoriedade de criação de estações de tratamentos juntos das empresas industriais em todo o distrito.
– Defesa do ambiente, com redução do cultivo de árvores cultura intensiva.
Inclusão, Equidade e Segurança: Minorias Étnicas, Imigrantes e Igualdade de Género
– Criar em todos os Municípios um gabinete de apoio a minorias com profissionais qualificados.
– Assegurar os postos da GNR abertos 24 horas de forma a manter a segurança em todo o distrito.
– Apoio aos direitos das autoridades e forças de segurança.
Cultura, património e educação
– Preservar, revitalizar e reabilitar todo o patrimônio do distrito.
– Incentivar e fortalecer as várias associações (recreativas, culturais, desportivas e ambientais), e promover o artesanato regional e outras tradições locais.
– Requalificação das instalações das escolas públicas com intervenção urgente para melhorar condições climáticas e de segurança.
Habitação
– Apoio à habitação jovem no distrito.
– Plano regional de reabilitação e requalificação urbana, pública e privada, principalmente habitações devolutas”.