“O Parque da Piedade já devia ter outra dimensão, outra dinâmica, outro estilo”: é desta forma que o juiz da Confraria do Senhor Jesus da Piedade, Carlos Damião, começa por responder quando questionado se os atuais membros da irmandade gostavam que a Câmara Municipal de Elvas voltasse a propor a realização de uma obra de grande envergadura naquele espaço que, todos os anos, é palco da tradicional feira e romaria de São Mateus.
Lembrando que essa obra custa “centenas de milhares de euros”, o juiz garante que a Confraria não tem como pagar essa intervenção.
Embora reconheça que o espaço mereça “outro rumo e outro carisma”, Carlos Damião garante que há muita gente que o recorda que “aquilo é uma romaria”, onde se “acampa uma semana ou dez dias” naquele espaço. Nesse sentido, e com “um estilo diferente” de todas as festas que realizam pelo país fora, muitas pessoas “preferem o piso em saibre, como está, do que em alcatrão”.
Caso a autarquia voltasse a propor avançar com as obras naquele espaço, como o fez em tempos, diz ainda Carlos Damião, a “esmagadora maioria” dos atuais membros da Confraria do Senhor Jesus da Piedade iria aceitar. “Nós ficávamos com a parte religiosa e o município iria ficar com o resto. Acho que era melhor, porque todas as estruturas daquele espaço iriam modificar muito”, remata.