Portugal necessita, anualmente, de 180 mil litros de plasma, uma quantidade que, normalmente, não se consegue atingir. Já no que diz respeito ao distrito de Portalegre, o número de dádivas tem vindo a diminuir.
Esta informação é avançada pelo presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue, Paulo Cardoso, que adianta que “desses 180 mil litros, apenas há disponíveis 60 mil litros de plasma humano, o que significa que vamos ter de comprar. Temos que acreditar que vamos conseguir mais, mas tudo isso necessita de investimento, nomeadamente, ao nível de recursos humanos”.
Esta situação, relativa à falta de médicos, já foi transmitida ao Governo. Paulo Cardoso diz que “a falta de recursos humanos, como é o caso de Portalegre e Elvas, em que os médicos vão atingir a idade de reforma, é preocupante, porque precisamos de substituição e que haja a garantia de que não vão faltar profissionais para assegurar a recolha de sangue”.
O presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue justifica a diminuição de dádivas, no distrito, com diversos fatores, incluindo a época de férias. “Infelizmente, as dádivas de sangue têm vindo a diminuir, no distrito, devido ao envelhecimento da população, desertificação, para além das questões relacionadas com a própria colheita”, refere. Já nas férias de verão e no início do inverno, acrescenta Paulo Cardoso, “há sempre uma diminuição de dádivas”, mas garante que as reservas, por esta altura, estão “minimamente garantidas”.
O presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue explica ainda que o sangue recolhido nos distritos de Portalegre e de Beja é direcionado para Évora, que posteriormente, distribui pelos hospitais, mediante a necessidade de cada um.
No entanto, adianta que foi criada uma “reserva nacional, que está concentrada em alguns hospitais, porque caso, por exemplo, Portalegre necessite e o Hospital de Évora não tenha disponível, pode ser solicitado sangue a essa reserva, para garantir que nada falte”.