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Atletas da Escola de Karaté do Motoclube de Elvas já iniciaram os treinos

A Escola de Karaté funciona há cerca de nove anos, no Motoclube Alentejano de Elvas. Este ano são cerca de 25 os atletas que já iniciaram os treinos da nova época desportiva.

Estivemos a acompanhar o primeiro treino, para perceber a modalidade em si, bem como de que forma os atletas são preparados, ao longo da época.

O treinador Paulo Ramalhete explica em que consiste esta modalidade, que tem como base o respeito mútuo. “O karaté é a arte das mãos vazias, apesar de treinarmos com réplicas de espadas, como bastões, ‘armas’, paus, entre outros, o essencial é a forma como começamos os treinos, pela saudação ao sensei, que significa professor ou mestre e, a segunda saudação é feita entre parceiros, porque o respeito mútuo é a base do karaté e de outras artes marciais”. Esta fase é primordial porque, segundo diz Paulo Ramalhete, “é logo aí que os começamos a moldar, para a educação e respeito por todos, porque este é um local onde mais do que o treino físico, é onde se cultivam valores”.

Paulo Ramalhete dá ainda conta como são introduzidas as táticas de Karaté, com os atletas, desde o início. “Nas aulas dos mais novos começamos pela coordenação motora e, paulatinamente, são introduzidas as técnicas de karaté, começamos pelo básico, fazemos alguns jogos para melhorar a condição física deles e capacidade de reação e foco e depois passamos ao treino mais técnico”. Nesta escola a competição não é obrigatória, afirma o treinador.

A escola de Karaté do Motoclube Alentejano de Elvas faz parte da Associação de Karaté do Porto. Paulo Ramalhete diz trabalhar com esta associação tem sido “muito positivo para a evolução dos próprios atletas”.

A amizade, a união, o respeito, a humildade e espírito de combate” são os valores representativos da escola de Karaté. Paulo Ramalhete diz que não há pressão para ganhar nos torneios e campeonatos onde participam, “o objetivo é representar o clube e a cidade com dignidade, com respeito pelos oponentes” (adversário).

As artes marciais, diz ainda o treinador, caracterizam-se pela “superação, de dia para dia”.

Falámos também com alguns atletas, para perceber o que esta arte marcial representa para eles. Filipe Poejo é dos atletas que frequenta a modalidade há mais tempo, no Motoclube, e explica que ingressou no Karaté porque não praticava nenhum desporto e nas aulas aprende a defender-se, bem como várias técnicas, relacionadas com esta arte marcial.

Núria Santos estreou-se em competição, na época passada, tendo participado no campeonato nacional da modalidade. Aos nossos microfones revela que foi “uma aventura fantástica, foi uma grande oportunidade e senti-me bem”. Núria era jogadora de futebol, mas tal como explica “por ser menina era excluída e por isso decidi experimentar o karaté e fiquei, porque esta é uma modalidade de luta, mas onde temos de ter respeito por todos”.

Já Diogo Casacão afirma que ingressou no Karaté porque gosta de artes marciais e “é uma forma de praticar desporto”.

Depois de ter praticado outro tipo de desporto, Tânia Terrinca viu no Karaté uma modalidade onde pode evoluir ao seu ritmo e classifica o grupo como muito unido. “Eu sofria de bullying, tive que deixar outra modalidade por uma lesão e, ao conhecer o treinador, vi que era uma maneira de não parar de fazer desporto, fazia ao meu ritmo e sempre me acolheram, tendo em conta as minhas dificuldades”. Tânia acrescenta que apesar de esta modalidade “ter a componente de combate físico também temos técnicas individuais de concentração, meditação e assim é uma forma de poder estar ativa, sem prejudicar as minhas lesões”, considerando que este é “um grupo muito unido, muito carinhoso e sempre pronto a ajudar”.

Com apenas cinco anos, Francisco Calado decidiu, este ano, começar a frequentar as aulas desta modalidade, para aprender a defender-se e diz que “o Karaté não é para brigas, é para nos defendermos”.

Os treinos de Karaté decorrem no Motoclube Alentejano de Elvas às segundas e quartas-feiras, das 18 às 19 horas para os atletas dos 5 aos 12 anos e, das 19 às 20 horas, dos 12 aos 18 anos.

A entrevista completa, realizada no primeiro treinos de Karaté que pode ouvir no podcast abaixo:

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