O número de estabelecimentos comerciais encerrados no centro histórico de Elvas continua a aumentar.
Nas principais ruas comerciais, como a rua de Alcamim, da Cadeia e da Feira multiplicam-se os cartazes de aluguer e venda, nas montras.
Para além das lojas de rua, também alguns restaurantes encerraram recentemente. Há até o caso de um estabelecimento, cujo proprietário carregou todos os equipamentos e mobiliário durante a noite, abandonando a cidade sem aviso.
A Rádio ELVAS saiu à rua para ouvir algumas opiniões de comerciantes que ainda se mantêm abertos.
José Lobo, um dos comerciantes com quem falámos, revela que “é uma tristeza, por exemplo na Rua de Alcamim, ver tantos estabelecimentos fechados, e é triste para a cidade, mas resta-nos saber se ficamos por aqui ou haverá mais a fechar, como se fala, porque nós vamos falando uns com os outros e as coisas não estão minimamente fáceis”.
Este comerciante acrescenta que um dos fatores pode estar relacionado “com a falta de liquidez das empresas, a grande carga fiscal, porque atravessamos um período grave, as coisas estão a começar a recuperar, mas vamos ver”. Questionado sobre se esta é uma situação que o preocupa revela que sim, e que todos os comerciantes consideram como principais motivos, “a falta de pessoas, bem como de estacionamento, mas não sei, a verdade é que trabalhamos muito bem no fim de semana, mas depois temos cinco dias muito fracos, o que no final do mês se reflete bastante, com as despesas que temos”.
Quem partilha da mesma opinião é Rui Ventura, outro dos comerciantes que aponta como motivos para estes consecutivos encerramentos a falta de turistas e de incentivos para dinamizar o centro histórico. “O centro histórico está muito envelhecido e depois tem falta de turismo, não há incentivos para as pessoas virem até esta zona, há grupos de turismo, mas apenas para visitar locais específicos e, antigamente via a cidade alegre, com muito turismo, porque havia incentivos para isso”.
Rui Ventura considera que cada vez é mais complicado manter um estabelecimento aberto, nos dias que correm. “Comecei a trabalhar com 15 anos e Elvas era um espetáculo, só que agora, vamos pela Rua de Alcamim está tudo vazio, não se vê ninguém, na Rua da Cadeia igual e cada vez fecham mais, porque as pessoas não conseguem suportar as despesas e não há incentivo para que as pessoas venham para o centro histórico”.
Alguns encerramentos deixam também um rol de dívidas a senhorios, fornecedores e funcionários que, em muitos casos, nunca chegam a receber.
Veja a reportagem fotográfica, abaixo, que ilustra a grande quantidade de locais disponíveis nas ruas mais centrais da cidade.