O concelho de Monforte ainda tem, por estes dias, duas estradas, uma municipal e outra nacional, cortadas ao trânsito, depois dos estragos provocados pelas cheias de dezembro.
No que diz respeito às responsabilidades da Câmara Municipal, o presidente, Gonçalo Lagem (na imagem), revela que a obra a realizar na Estrada Municipal (EN) 506, no troço que liga Monforte a Prazeres, vai ter início muito em breve, depois de, na passada quarta-feira, 1 de fevereiro, ter ido a reunião de Câmara o procedimento para a contratação pública.
“Fizemos uma intervenção no Monte dos Freixos, que havia pessoas isoladas e foi essa que a definição da prioridade para ser a primeira estrada a intervir; nas outras estradas fizemos as possíveis e mínimas intervenções, para poder retomar o trânsito”, adianta. A expectativa do autarca é que, “dentro de um mês, um mês e meio”, naquilo que é competência do Município de Monforte, o trânsito no concelho esteja já totalmente normalizado.
No que toca à EN 243, que liga Monforte a Fronteira, da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), o trânsito só deverá ser restabelecido no final do ano, o que Gonçalo Lagem lamenta e considera “inaceitável”. “É uma intervenção mais profunda e a IP disse-nos que, no final do ano, a estrada devia ser reaberta. Em Lisboa ou num território de maior densidade populacional, o problema já estava, seguramente, resolvido”, garante.
“Estamos a obrigar as pessoas a fazerem mais de 90 ou cem quilómetros por dia, ao preço que está o gasóleo, o que é completamente inaceitável”, comenta ainda o autarca, que diz ser “urgente arranjar a EN 243, assim como a ponte de Fronteira, sobre a Ribeira Grande”.
Com esta estrada cortada, Lagem lembra que estão em causa muitas situações: “está comprometido o socorro, estamos a obrigar as pessoas a fazer uma quantidade considerável de quilómetros, a juntar à inflação, às dificuldades financeiras e à prestação da casa”. “É bastante dispendioso e lamentável”, vinca.
Tecendo ainda duras críticas ao Governo, o presidente da Câmara de Monforte, lembra que, por esta altura, ainda se aguarda a publicação das regras relativas aos apoios do Estado para os prejuízos com as cheias. Este apoio, que não vai além dos 60%, não tem dúvidas, é “insuficiente”.