No âmbito da iniciativa “Sentir Portugal em Évora”, líder do Partido Social Democrata Luís Montenegro, iniciou a sua visita pelo distrito de Évora, em Vila Viçosa, no Alentejo Marmoris Hotel & SPA, onde reuniu com empresários locais do setor das pedras ornamentais.
As adversidades deste setor começaram por tomar voz pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, Inácio Esperança, que apela à mudança das leis inerentes às pedreiras e uma mudança de perspetiva do estado face a este setor onde a falta de formação leva a um estigma geral para atrair trabalhadores, referindo-se à situação como “ninguém quer trabalhar nos buracos”, muito menos depois do acidente de Borba que contribui para a mancha atribuída ao ramo. Da parte da Câmara, há ainda a intenção de construir uma plataforma logística que facilite o transporte desta mercadoria. Embora o investimento seja alto é igualado à vontade dos empresários de concretizar esta possibilidade e assim diminuir custos logísticos que muitas vezes são eminentes ao próprio custo do material.
Há aqui ainda a questão ambiental que, muitas vezes, tem sido entrave na exploração do território, porém os empresários firmam a ideia de que este é um falso problema uma vez que estudos comprovam o quão as mesmas podem contribuir para o aumento da biodiversidade. O líder da oposição concorda, mas defende que há sempre a necessidade de apresentar um equilíbrio ambiental e contribuir para a valorização dos produtos de forma estratégica.
A manhã continuou com a visita de Luís Montenegro a uma pedreira onde o debate continuou com o empresário Francisco Cochicho que manteve a temática ambiental: na região havia cerca de 280 pedreiras que passaram a apenas 30, pois a dificuldade em conseguir avaliações ambientais transborda o entendimento socioeconómico dos locais que veem postos de trabalho a serem dispensados pela celeridade dos fechos de pedreiras não certificadas.
Em Pardais, ponto de paragem na agenda de Montenegro após almoço, o viaduto ferroviário ainda em construção mostrou a ambição que aqui se encontra: possibilidade de vir a ser o maior viaduto ferroviário da Península Ibérica e ser o ponto fulcral que possibilite o desenvolvimento de alguns empreendimentos regionais.
Num fio condutor do tema dominante dessa manhã, a visita à estrada EN255 que se encontra encerrada desde 2018, derivado do acidente já referido, foi necessária para perceber localmente o quanto o fecho desta ligação afeta os concelhos extremos. Foi também neste espaço que o líder do PSD fez declarações à imprensa refletindo tudo o que pode absorver nos diálogos antecedentes: o estigma que o setor sofre em função de um acidente que poderia ter sido evitado com reforço de fiscalização ou o abandono crítico desta atividade por parte do governo com as estreitas exigências. Os reconhecimentos não ficaram de parte, e Montenegro elogia a obra avançada que poderá ser imperativa para o desenvolvimento da região.
A tarde terminou num momento de ainda mais proximidade local, na visita à queijaria Oviqueijo onde o social-democrata foi convidado a meter as “mãos na massa” no fabrico do queijo de cabra. Deste momento resultou não só os dois exemplares que o presidente produziu, como ainda o reconhecimento da queijaria que produz mais de 1500 queijos por dia e está distribuída em diversas superfícies de hiper e supermercados. Um verdadeiro caso de sucesso na região.
Os compromissos terminaram num jantar descontraído com autarcas locais.