Com a convicção que, nos próximos dias, muitos cidadãos ucranianos deverão chegar e ser acolhidos em Elvas, a Gota d’Arte está a promover uma campanha, dividida em três vetores, para a criação de um banco de tradutores que dominem a língua ucraniana, ou russa, assim como bancos de empregos e alojamentos.
Até ao momento, garante o presidente da direção da associação elvense, Luís Rosário, há já muita gente a integrar a base de dados da Gota d’Arte, empenhadas em ajudar e a contribuir de alguma forma. “Queremos ajudar e encontrámos aqui estes três vetores que achamos essenciais no que diz respeito, agora, ao papel que vamos ter todos, a nível de comunidade, para receber estas pessoas”, começa por dizer.
Para Luís Rosário, é essencial que estas pessoas sejam recebidas por outras que falem a mesma língua e, daí, apelar-se às comunidades de ucranianos, moldavos ou russos, em Elvas, porque serão todos “uma peça fundamental desde o momento da receção, para perguntar a estas pessoas de que é que precisam, até ao apoio para traduzir um currículo ou certificado de habilitações”. “É nesse sentido que estamos a pedir esta ajuda”, adianta.
Ao nível das oportunidades de trabalho, Rosário revela que esteve já reunido no Centro de Emprego de Elvas, para que se possa trabalhar em conjunto, no sentido de se solicitar às empresas algumas oportunidades e, para já sobretudo, destinadas a mulheres. “Perceber as ofertas que existem, mas também solicitar ajuda às empresas que tenham postos de trabalho que se adaptem”, foi o principal objetivo, diz ainda. Para além disso, e tendo em conta que estas pessoas não falam português, será necessário encontrar ofertas que “não exijam muito discurso”.
Até ao momento, foram já estabelecidos alguns contactos com empresas, “mas poucos”, para as necessidades que vão surgir, acredita Luís Rosário, que apela ainda às entidades para que, através dos contactos presentes no cartaz desta campanha (ver mais abaixo) para que possam inscrever neste banco de empregos.
Numa tentativa de “antecipar o problema”, a Gota d’Arte, garante ainda o presidente da associação, quer ser uma das muitas soluções que vão ser necessárias, tendo-se já conseguido várias respostas ao nível do alojamento, por mais que esta seja considera “a área de apoio mais difícil”.
A Gota d’Arte, lembra ainda Luís Rosário, é uma das associações que integra a CLASE, rede que, do seu ponto de vista, deve trabalhar “em equipa e de forma coordenada”. Quanto às iniciativas que têm decorrido em Elvas, quer de recolhas de bens para serem entregues na Ucrânia, quer da intenção de ida de veículos para trazer, para porto seguro, dezenas de famílias, Luís Rosário diz ser necessário que estas ações sejam coordenadas, para que “não terminem incompletas”.