O Palácio de Dom Manuel, em Évora, é o palco escolhido para a abertura da edição 2021/22 de Conversas com Ciência, convidando a historiadora Mafalda Soares da Cunha, professora do Departamento de História e investigadora no CIDEHUS, da Universidade de Évora. A docente vai apresentar exemplos de insubmissão e revolta no Império Português (1500-1850).
Numa sessão aberta ao público, agendada para o dia 7 de dezembro (terça-feira), pelas 18 horas, Mafalda Soares da Cunha mostra “Mouriscas na ribeira de Setúbal, escravizados que lideraram revoltas, indígenas a defender as suas visões do mundo, mulheres negras a protestar em Lisboa, aldeias de Goa a rejeitar a cristianização, religiosas a desafiar as autoridades e lutas contra governadores coloniais”. Estes são alguns dos exemplos de histórias de resistência aos poderes estabelecidos que ocorreram em vários lugares do império português entre 1500 e 1850.
Com episódios até então desconhecidos do público, Mafalda Soares da Cunha destaca, nesta sessão, pessoas de categorias sociais desfavorecidas e discriminadas que participaram nos processos de transformação social. “Gente que Resiste! A conversa com Ciência” marca um novo fôlego nesta iniciativa que leva a Ciência a todos
“A ideia é desocultar três séculos e meio de revoltas, insurreições, motins, desacatos, altercações, levantamentos, fugas que não fizeram História, mas podem abrir caminho para uma melhor compreensão do processo e do desenvolvimento histórico. Estes casos “são o ponto de partida para mostrar como pessoas de categorias sociais desfavorecidas e discriminadas participavam nos processos de transformação social” afirma a historiadora da academia eborense.