Confrontado com a indignação dos elvenses, com o facto de não haver prendas para as crianças do concelho, por parte da autarquia, o presidente da Câmara de Elvas, Rondão Almeida, começa por dizer que “é muito natural” que as pessoas se sintam assim uma vez que foi ele “um dos criadores de tudo aquilo que são os programas sociais, entre os quais, nesta época de Natal, entregar uma prenda às crianças e uma refeição aos trabalhadores da câmara municipal”.
“Tudo isto foi possível fazer no passado e também seria possível fazer agora. Bastava a câmara tomar uma de duas posições: ou continuar a fazer este investimento social, e continuar a entregar uma prenda a cada criança” ou arranjar verbas para se poder pagar os cerca de 8 milhões de encargos assumidos. Apesar de a câmara não ter “divida no banco, a situação é bem mais grave do que se tivesse”.
As preocupações do presidente da Câmara de Elvas são “tentar que todos os encargos assumidos possam ser concretizados, para que as empresas possam receber e pagar aos seus trabalhadores”.
Por outro lado, “estar a fazer uma comparação entre o fazer a iluminação pública de Natal e dar prendas às crianças… Só posso dizer uma coisa: se existir alguém, ou algum grupo de pessoas, capaz de separar aqueles que necessitam, efetivamente, de uma prenda oficial, a câmara estará na disposição de colaborar com esse grupo e pagar a essas entidades as prendas, depois de feita a tal seleção daqueles que são mesmo carenciados. Se fizemos um esforço para ter uma iluminação de Natal, também faríamos um esforço para entregar prendas às crianças realmente carenciadas, uma vez que ultimamente a entrega era feita a todas as crianças do concelho, num investimento de cerca de 30 mil euros.
Rondão Almeida agradece as boas vontades que tem surgido para entregar prendas às crianças, por parte de algumas pessoas e diz que “essas entidades podem dirigir-se à Câmara Municipal, como faz o MTA, e, nesse caso, através dessas instituições a câmara pode providenciar as verbas para se pagar a prenda das crianças”.
“Este ano será assim, esperemos que, com esta medida de gestão, sejamos capazes de dar cumprimento aos cargos que assumi e não baixar os apoios sociais aos mais carenciados”, remata Rondão Almeida.