As comemorações do 10 de junho, Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, estão a decorrer, esta quinta-feira, em Olivença, na Casa da Cultura.
Nestas comemorações, marca presença o poeta e político português Manuel Alegre. No seu discurso, relembra que “muitos povos têm como dia nacional datas de batalhas, de conquistas ou da sua própria fundação, Portugal fez da morte de um poeta o seu Dia Nacional, está certo que assim seja, a Camões se deve a glória suprema de ter feito da língua portuguesa não só a pátria cultural dos portugueses da grande comunidade lusófona”.
Manuel Alegre refere ainda que Camões deu origem a esta grande comunidade de afetos a esta língua, que anda por cinco continentes de diferentes identidades e culturas. Dirigindo-se ao alcaide de Olivença, afirma ainda que “cada língua é um lado de liberdade que permite a sobrevivência do homem, vivemos um período de desconstrução de memória e da própria história, desconstrução de valores e da própria democracia, é necessário rigor na apreciação do passado, sem ele dificilmente seremos capazes de construir um futuro”.
“Não podemos ter vergonha da história que fizemos, não podemos ter vergonha da palavra descoberta e muito menos dos grandes navegadores”, Manuel Alegre adianta ainda que num tempo de crise de valores, “oliventinos e portugueses devem desenvolver estes laços que vêm do fundo da história, desenvolvê-los sem preconceitos, para o o desenvolvimento recíprocos, laços que vêm de trás, mas juntos temos que saber projetar no futuro”.
Neste dia a cidade reúne os povos dos dois lados das margens do Guadiana com diversas atividades culturais, de forma a celebrar um passado comum, um presente de convivência e um futuro de oportunidades.
A comemoração será completada com diversas iniciativas culturais, como palestras “O Humanismo de Cabral’, do escritor João Morgado; e “Frei Henrique e Olivença – Além-Mar”, de Eduardo Naharro-Macías Machado.
Também será exibido um vídeo dos alunos das Escolas Paroquiais do Sagrado Corazón de Jesús, da Escola Francisco Ortiz López, do Instituto Puente Ajuda e da Escola Rural La Raya, com o título “Viver a Lusofonia na Escola”.
Decorre ainda a apresentação teatral “Vozes da Fé num Novo Mundo”, de Edvaldo Ariano com Frei Henrique Cantora Herica Paes – oração “Pataxó”.