Os portugueses consumiram, até ao dia de ontem, 13 de maio, todos os recursos que permitiram viver de forma sustentável este ano, pelo que, de acordo com a associação ambientalista ZERO, Portugal está agora a viver a “crédito ambiental”.
“Se cada pessoa no Planeta vivesse como uma pessoa média portuguesa, a humanidade exigiria mais de 2 planetas para sustentar as suas necessidades de recursos. Tal implicaria que a área produtiva disponível para regenerar recursos e absorver resíduos a nível mundial esgotar-se-ia no dia 13 de maio, treze dias mais cedo do que em 2020, cuja data foi a 25 de maio”, revela a associação. “A partir daí seria necessário começar a usar recursos naturais que só deveriam ser utilizados a partir de 1 de janeiro de 2022”, lê-se ainda em comunicado no site da ZERO.
A associação esclarece que os cálculos realizados “não espelham de forma clara as implicações da pandemia” na pegada ecológica de Portugal, uma vez que têm em conta dados de vários anos. Ainda assim, alerta a ZERO, “na ausência de alterações estruturais, não é expectável que a pandemia venha a ter um reflexo duradouro na pegada ecológica do nosso país”.
Deficitário, há vários anos, na sua capacidade para fornecer os recursos naturais necessários às atividades desenvolvidas, Portugal tem vindo a aumentar a “dívida ambiental”. Como tal, a ZERO considera que o país tem uma oportunidade única de aproveitar o Programa de Recuperação e Resiliência, a par com fundos de apoio europeus, para implementar transformações que possam contribuir para que possamos viver com bem-estar, respeitando os limites do planeta”.