“O trabalho remoto é o novo normal. Muitas empresas não acreditam que vão morrer devagarinho e perder todo o seu talento para as empresas que acreditam que o trabalho remoto é o novo normal. Tem muito a ver com a flexibilidade que procuramos para o nosso trabalho que nos permite viver onde queremos, a uma escala global”.
Palavras de Gonçalo Hall, coordenador do Projeto Digital Nomads Madeira Islands e responsável pelo projeto “Ponta do Sol” Digital Nomad Village Madeira Islands, numa das intervenções que marcaram a conferência ‘Interiorizar – Os benefícios da transformação digital nos negócios e nos territórios do interior’, organizada no âmbito do Brokerage Event for Business do projeto Get in Business, que teve lugar no passado dia 26.
Promovido pela Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) e pelas Comunidades Intermunicipais da Beira Baixa e do Alto Alentejo (CIMBB e CIMAA), e realizado online, numa plataforma criada de propósito para esta iniciativa, o Brokerage Event for Business que inclui além da conferência, a presença de 42 stands virtuais de empresas e entidades e a realização de 48 reuniões B2B entre empreendedores e geradores de ideias e entidades do ecossistema de suporte aos negócios das duas regiões.
Na sessão de abertura da conferência, José Gameiro, presidente de direção da AEBB sublinhou o facto de que “esta pandemia obrigou-nos a descobrir que podemos trabalhar de forma diferente e contribuir para o desenvolvimento dos territórios do interior”.
Helder Henriques, secretário executivo da CIMBB, acrescentou que “esta temática da transformação digital para os territórios de baixa densidade possa fazer-nos refletir sobre o que são as necessidades e as oportunidades destes territórios”.
Carlos Nogueiro, secretário executivo da CIMAA, concordou: “os benefícios da transformação digital nos negócios no interior é um desafio a que as empresas terão que se adaptar, assim como as entidades da administração pública.”
O painel de oradores contou com a presença de Ricardo Araújo, diretor da Outsystems, empresa que está há quase 11 anos em Proença-a-Nova. Na sua intervenção, e a propósito da localização no interior dos pais, referiu que a empresa “não tem clientes em Proença-a-Nova, os clientes da Outsystems estão no mundo inteiro!”. No decurso da sua intervenção, sublinhou que a pandemia veio acelerar necessidades de “transpormos para o mundo digital aquilo que era do mundo físico”, acrescentando que “as empresas tiveram que se reeducar na forma como fazem negócios e comunicam com o cliente”.
Ana Margarida Morais, da Connective Architects: sedeada em Elvas e dedicada ao setor do Turismo, sustentabilidade e neutralidade carbónica, garante que “nunca foi uma limitação estar no interior, pelo contrário”, acrescentando que “A nossa rede social e profissional é o Linkedin e é por aqui que contactamos parceiros e potenciais clientes, que conjugamos com outro tipo de redes de networking”.
O evento contou ainda com as participações de Ana Clara Cristóvão, da Universidade da Beira Interior, Daniel Areias, da Areias Advogados, Paulo Marques, da Allbesmart, e António Quaresma, da Vírgula Criativa que deixaram as suas considerações e experiência pessoal sobre a importância da transformação digital nos negócios, reforçando os seus benefícios para o desenvolvimento dos territórios do interior.
O projeto Get in Business terminou ontem, terça-feira, dia 30, com uma sessão de encerramento em que participou também Maria José Caçador, secretária Técnica da Unidade de Cooperação Empresarial do Compete2020.
O projeto Get in Business tem um investimento elegível de 811 mil euros, financiados em 690 mil euros Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.