Cláudia André, deputada do PSD, eleita pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, questionou ontem, quarta-feira, dia 17 de fevereiro, o ministro da Administração Interna, sobre o encerramento dos postos territoriais de Cernache do Bonjardim, Mata, Cebolais de Cima e Malpica do Tejo, Unhais da Serra e Paul, Soalheira, Monsanto, Ladoeiro e Rosmaninhal, Casa Branca, Galveias e Cabeço de Vide, nos distritos de Castelo Branco e Portalegre.
“Sabemos, senhor ministro que o distrito de Castelo Branco e de Portalegre já há muito tempo evidenciam falhas graves no número de efetivos colocados. Sabemos também que, por isso, existe uma elevada necessidade de um reforço profundo do efetivo do dispositivo que tem sido cada vez mais evidente e comprovado, culminando com o encerramento destes postos”, referiu a parlamentar.
Cláudia André quis saber “qual a data prevista para a reabertura dos postos encerrados, uma vez que foi referido ser de forma provisória”.
A parlamentar perguntou ainda se estão “previstos ingressos e afetação de efetivo nestes distritos, e em caso afirmativo, quando será efetivada a colocação”.
De sublinhar que, na terça, dia 16 de fevereiro, Cláudia André tinha entregue na Assembleia da República um conjunto de questões dirigidas ao ministro Eduardo Cabrita sobre o encerramento dos referidos postos.
No requerimento enviado pela deputada pode ler-se que “as denuncias de carência de efetivo no Alto Alentejo, designadamente no Comando Territorial de Portalegre, confirmam-se com a necessidade de suspensão da atividade de postos territoriais de Casa Branca (Sousel), Galveias (Ponte de Sor) e Cabeço de Vide (Fronteira). A evidente falta de elementos, condiciona a prática de um policiamento preventivo e de proximidade, agravada por todas as circunstâncias exigidas na prevenção e combate ao surto epidemiológico do novo Coronavírus como o aumento significativo das medidas de fiscalização e acompanhamento das populações e suas atividades”.
“A necessidade de um reforço profundo do efetivo e do dispositivo tem sido cada vez mais evidente, pelo que se entende que deve existir por parte da Tutela celeridade em aplicar um plano de emergência no que respeita aos ingressos e à afetação de efetivos à vertente operacional da GNR, plano esse que deve incidir sobretudo em áreas como a de Portalegre, em que a segurança pública funciona já em níveis mínimos”.
Cláudia André lembra que, num distrito onde “o isolamento sénior é combatido todos os dias pela proximidade e acompanhamento por parte dos efetivos da GNR, num distrito onde a maioria do território tem como força de segurança única, a GNR que realiza toda a fiscalização da criminalidade, da violência doméstica, prevenção e supervisão de casos de crianças em risco, alcoolismo e outros casos, não se compreende porque o Ministério retira efetivos ao invés de os reforçar”.
“De resto, não deixa de ser sintomático que os argumentos usados sejam transversais a todo o país e só as regiões do interior tenham sofrido na pele (uma vez mais) com esta denominada suspensão temporária do funcionamento dos postos”.
Em resposta à parlamentar, Eduardo Cabrita, garantiu que na próxima semana serão reabertos os postos “de Cernache do Bonjardim, de Unhais e do Paul”.
Já sobre as obras, o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, informou que “em relação ao posto territorial de Paul está neste momento em análise o processo de execução, em relação a Tortosendo está-se a aguardar o estudo prévio corrigido porque o que foi apresentado tinha deficiências”.
Em relação a Unhais da Serra, Antero Luís, afirmou que “está concluído o projeto de execução e está neste momento para análise na Secretária-Geral e na Guarda Nacional Republicana”.
No que se refere ao Fundão, “aguarda-se o envio da versão final do projeto de execução. Sobre Vila Velha de Ródão, a GNR mudou de instalações, porque o telhado do posto abateu, e neste momento já estão num outro edifício que foi cedido pela Câmara Municipal, numa altura em que o projeto de execução está numa fase de finalização, sendo que temos estado em reuniões entre os técnicos da autarquia, da Guarda e da secretaria-geral para finalizar o projeto, porque o projeto apresentado tinha algumas deficiências”, disse o secretário de Estado.