Com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no limite, multiplicam-se, a cada dia que passa, os relatos de médicos e enfermeiros, desesperados, em todo o país, por não conseguirem dar resposta à quantidade de doentes que, todos os dias, surgem infetados com Covid-19, nos hospitais portugueses.
Há já muitos doentes a serem assistidos em ambulâncias, salas de recobro transformadas em Unidades de Cuidados Intensivos e médicos de diferentes especialidades a ver e a tratar doentes Covid.
E para evitar o aumento, diário, de novos casos de infeção, são precisos alguns cuidados, que todos temos de ter. E alguns são muito simples, como manter o distanciamento, usar sempre a máscara e ter em atenção a etiqueta respiratória e a higienização das mãos, lembra a diretora clínica da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), Vera Escoto (na imagem).
“Enquanto não pensarmos que isto é importante, não conseguimos controlar esta pandemia. Se vamos visitar uma pessoa, não deixamos a máscara à entrada de casa, porque a Covid não fica à porta”, lembra a médica.
“Nós (profissionais de saúde) temos de ter uma disciplina enorme e temos de a passar aos outros, fazer com que os outros cumpram, porque nós não aguentamos. O Serviço Nacional de Saúde está no limite”, explica ainda Vera Escoto.
A diretora clínica da ULSNA lembra ainda que os profissionais de saúde são “de carne e osso” e que estão exaustos, perante todo o trabalho que a pandemia tem acarretado, sendo que, para ajudar, a população só tem de ficar em casa, confinada. “Estamos todos – médicos, enfermeiros, auxiliares – como um empenho muito grande, mas temos de ter um respeito enorme, por todos os profissionais de saúde”, assegura. “A Saúde Pública está com um trabalho enorme, para seguir estes doentes todos e os recursos são finitos”, acrescenta.
“O que eu peço é que as pessoas se recolham, que cumpram o que está pedido, porque não custa nada estar confinado, para depois vivermos uma vida fantástica”, apela ainda.
Com o aumento de casos de Covid-19, os hospitais estão mais próximos da rutura. Nas regiões do Alentejo e Lisboa, sobretudo, as camas disponíveis são cada vez menos.