
O Forte da Graça acolhe, de 12 de setembro a 16 de novembro, a exposição “no ritmo do lugar”, com obras dos artistas Carlos Barradas, Tricia Gonzalez, Matteo Losurdo e Bruno Silva, com curadoria da Marta Blanchietti.
A inauguração acontece pelas 19 horas desta sexta-feira, e a mostra é um diálogo entre a raia luso-espanhola e a fotografia contemporânea, que cruza narrativas, desafia visões e aborda perspetivas diversas sobre a noção de fronteira.
A zona raiana tem sido pouco explorada no contexto artístico, em particular por via de iniciativas envolvendo a colaboração de artistas de ambos os países. A exposição que aqui se apresenta é resultante da residência artística no ritmo do lugar, decorrida em 2024, e que visa preencher essa lacuna. É a manifestação de um projeto coletivo e individual que aborda, através da fotografia, a complexa ideia de fronteira e os processos de “fronteirização”, ampliando a compreensão deste território. Os trabalhos realizados por Carlos Barradas, Tricia Gonzalez, Matteo Losurdo e Bruno Silva, e com a curadoria de Marta Blanchietti, exploram as dinâmicas sociais, culturais, políticas e económicas da raia entre Elvas, Badajoz, Campo Maior e La Codocera.
Estes trabalhos refletem as diferentes dimensões da fronteira nas suas manifestações físicas e estéticas, mas também nas implicações no quotidiano das populações que a habitam. Questionam a fronteira como algo fixo, onde o visível e o invisível se entrelaçam.
A proposta artística parte de uma reflexão crítica sobre a memória pessoal e coletiva, e procura iluminar aspectos frequentemente invisibilizados por processos históricos, tal como o contrabando, as migrações e as transformações provocadas pelas fronteiras físicas e sociais. Nesta exposição desafiam-se, assim, representações homogéneas e binárias da Raia, promovendo a multiplicidade e a disrupção, oferecendo novas e plurais formas de a ver e pensar, valorizando as suas complexidades.