
Margarida Paiva, candidata à presidência da Câmara Municipal de Elvas pela Aliança Democrática, em comunicado enviado à redação da Rádio ELVAS, acusa o presidente do município, Rondão Almeida, de estar a fazer uma “utilização abusiva” dos meios institucionais da autarquia para fins de propaganda política.
Manifestando o seu “o mais profundo repúdio”, Margarida Paiva alega que o Salão Nobre da Câmara Municipal de Elvas foi transformado, esta quinta-feira, 5 de junho, “num palco de promoção pessoal e eleitoral, ao serviço do movimento liderado por Rondão Almeida”. A presidente da Comissão Política do PSD de Elvas refere-se à reunião que a Câmara Municipal de Elvas promoveu com os candidatos a quem foram atribuídas as casas no âmbito do concurso para 50 habitações municipais.
Dizendo não condenar o apoio social, Margarida Paiva assegura que, no decorrer da sessão, “a comparência de vários cidadãos, em situação social vulnerável, foi tratada como obrigatória, tendo sido posteriormente expostos, através de fotografias, vídeos e entrevistas, na página oficial da autarquia. Este tipo de ação, que recorre à institucionalidade da Câmara para veicular propaganda política, é absolutamente inaceitável, não apenas pelo desrespeito pelas regras de separação entre a função pública e a atividade partidária, mas sobretudo pela violação da dignidade e privacidade das pessoas envolvidas”.
O comunicado para ler na íntegra:
“Na qualidade de candidata à presidência da Câmara Municipal de Elvas pela coligação da Aliança Democrática e atual Presidente da Comissão Política do PSD de Elvas, venho por este meio, em nome da estrutura que represento e em nome próprio, manifestar o mais profundo repúdio pela forma como o atual Presidente da Câmara tem vindo a instrumentalizar os canais institucionais do Município para fins de propaganda política.
Ontem, o Salão Nobre da Câmara Municipal de Elvas foi transformado, uma vez mais, num palco de promoção pessoal e eleitoral, ao serviço do movimento liderado por Rondão Almeida. Desta feita, não se trataram de inaugurações ou obras apressadas, mas sim da exploração da fragilidade social de munícipes para ganhos de imagem.
Foi promovido um evento em que a comparência de vários cidadãos, em situação social vulnerável, foi tratada como obrigatória, tendo sido posteriormente expostos, através de fotografias, vídeos e entrevistas, na página oficial da autarquia. Este tipo de ação, que recorre à institucionalidade da Câmara para veicular propaganda política, é absolutamente inaceitável, não apenas pelo desrespeito pelas regras de separação entre a função pública e a atividade partidária, mas sobretudo pela violação da dignidade e privacidade das pessoas envolvidas.
Não condenamos o apoio social, que deve existir, ser reforçado e chegar a quem precisa. Condenamos sim a forma como se expõe quem está em situações difíceis, utilizando a necessidade dos outros como ferramenta de propaganda. A fronteira entre solidariedade e aproveitamento político foi, desta vez, claramente ultrapassada.
Recordamos que os princípios da ética pública exigem contenção, respeito e decoro, sobretudo no uso de meios que pertencem a todos os elvenses. A velha máxima popular “o que a mão direita dá, a esquerda não precisa saber”, continua atual e pertinente. Infelizmente, parece não ter sido aprendida por quem ocupa a liderança da autarquia.
Apelamos, por isso, a uma reflexão séria por parte de todos os agentes políticos e à responsabilização de quem utiliza a estrutura pública em benefício próprio.
Com Elvas, por Elvas, para Elvas.”