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“Temos fome”: trabalhadores de empresa de Beja manifestam-se em Badajoz contra Bolschare

Pedindo justiça e empunhando cartazes a dizerem que passam fome e que querem receber o dinheiro que lhes é devido, um grupo de trabalhadores agrícolas de uma empresa de trabalho temporário de Beja, a MK, manifestou-se, na manhã desta sexta-feira, 23 de maio, em frente aos escritórios centais da Bolschare, em Badajoz, depois de terem prestado um serviço para esta empresa, que também tem escritório em Elvas.

O caso remonta a junho do ano passado, conta Zita Santos, que colabora com a MK, que explica que depois da falha de uma plantação, com “plantas que estavam refrigeradas há cerca de um ano”, a Bolshare recusou-se a pagar pelo serviço. “A Bolschare diz-nos que a morte das plantas deve-se à forma como nós plantámos. Nós recusamos esta responsabilidade. Sabemos que eles também não tinham água”, começa por contar. “Eles não nos pagam a fatura da plantação, inclusive a da replantação”, adianta.

Dando conta que a Bolshare quer rescindir contrato, algo que a MK não aceita, Zita Santos explica que não foi levada a cabo qualquer peritagem para se chegar a uma conclusão sobre a responsabilidade do sucedido. “Eles não nos deram hipótese de ativar o nosso seguro e transtornaram a MK, que dava trabalho a muitas pessoas. Há necessidades graves, esta empresa não tem capacidade para pagar essas despesas, porque houve pessoal contratado e estamos neste impasse”, revela.

Zita Santos explica ainda à Rádio ELVAS que a Bolschare quer ver a situação resolvida em tribunal, contudo, a MK “não pode esperar um ano ou dois”, até porque, sem o pagamento dos valores em causa, a empresa de Beja não tem como pagar a estes trabalhadores. Considerando que a MK enfrenta agora um “problema gravíssimo”, esta colaboradora adianta que, em causa, estão “mais de 50 mil euros”, o que tem gerado “muitos prejuízos para a empresa e para todas as outras que foram subcontratadas”.

“Não nos querem ouvir, não querem chegar a acordo. Eles simplesmente ficaram com esse dinheiro retido há um ano. Isto criou muitos problemas sociais e estávamos a tentar salvaguardar estas pessoas. Os nossos postos de trabalho estão em risco e não podemos esperar um ano ou dois”, diz Zita Santos.  

O protesto desta sexta-feira aconteceu depois destas pessoas já se terem manifestado em Beja. “Disseram que iam negociar connosco, pelo menos para pagar às pessoas, que não queriam ser coniventes com situações de fome, que são pessoas que não são portuguesas. Mas ao final do dia dizem-nos que não vão pagar às pessoas”, recorda ainda esta colaboradora da MK.

Sobre o assunto, a Rádio ELVAS procurou também ouvir a Bolschare (ver aqui).

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