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Um total de 73 aderentes do Bloco de Esquerda (BE) no distrito de Portalegre apresentou ontem, dia 17 de fevereiro, a sua demissão, através de uma carta enviada à direção do partido. Estas demissões atingiram todos os elementos da Comissão Coordenadora Distrital e das concelhias em funções.
Na base desta decisão está o “caminho que o partido tem vindo a prosseguir, na constante violação da sua democracia interna, bem como na forma como tratou e lidou com o Bloco de Esquerda do Distrito de Portalegre, considerando que neste Distrito não existe massa crítica e por isso não valia a pena investir, situação que tem sido comum em outros distritos do interior”. Por outro lado, lê-se na referida carta, o BE tem vindo “a resvalar da sua política para caminhos da social democracia, onde apenas o objetivo é o de assegurar lugares”.
“É com grande mágoa que assumimos a decisão de nos demitirmos de um partido que foi em tempos a esperança e uma referência em termos de ética e de moral política e que os últimos casos vindos a público sobre despedimentos das suas e dos seus funcionários, nos veio acentuar mais a descrença no Bloco de Esquerda. Continuamos a ser os mesmos homens e mulheres, ativistas de todas as lutas, das quais não desistimos, podendo nos encontrarmo-nos no decorrer dessas lutas”, dizem ainda os agora ex-aderentes do BE.
Em causa estão três aderentes de Elvas, 42 de Campo Maior, 17 de Portalegre, nove de Ponte de Sor, um de Nisa e um de Sousel.
Entretanto, a direção do partido, e solicitando o direito ao contraditório, lembra que “a desvinculação de um partido é um ato que obriga a uma comunicação individual”, sendo que, “até ao momento, foram recebidas cinco comunicações de desvinculação do distrito de Portalegre”.