Perante a alteração a ser feita, pela Câmara Municipal de Elvas, ao regulamento das bolsas de estudo, de que usufruem os alunos do concelho que frequentam o Ensino Superior, a Comissão Política Concelhia de Elvas do Partido Socialista (PS) tem vindo, desde a primeira hora, a mostrar-se contra.
Para presidente do PS de Elvas, Nuno Mocinha, a autarquia vai “penalizar” quem recebe bolsa de estudo, independente do rendimento escolar, “obrigando os estudantes a trabalhar, gratuitamente, durante duas semanas”, para a Câmara Municipal. Compara a situação até ao chamado trabalho comunitário: “quando alguém é condenado em tribunal, tem uma multa e, em vez de pagar a multa, pode fazer trabalho a favor da comunidade, ou que quer dizer que é uma penalização”.
“Em vez de premiarmos os nossos estudantes, porque tiveram um bom desempenho e é desse desempenho que depende se continuam a ter bolsa de estudo, não: vamos penalizá-los e obrigá-los a trabalhar durante 15 dias, de borla, para a Câmara Municipal, porque são bolseiros, porque os pais não têm dinheiro para lhes pagar os estudos, tiveram que recorrer a um apoio da Câmara e como têm esse apoio têm de trabalhar”, adiantava Nuno Mocinha, na manhã desta quinta-feira, 5 de setembro, em conferência de imprensa na sede do PS.
O antigo autarca defende, ainda assim, o direito dos jovens em quererem colaborar com a Câmara Municipal, durante 15 dias, no período das férias letivas, mas considera que esse trabalho tem de ser remunerado. “Aquilo que o PS propõe é que, se os jovens quiserem colaborar com a sua Câmara, durante 15 dias, que tenham direito a mais um mês de bolsa de estudo”, explica.
O PS fez entretanto chegar a sua proposta à Câmara Municipal, com a medida já em inquérito público, durante 30 dias, com o objetivo de levar o executivo a “dar um passo atrás”: com vista a aceitar esta proposta do PS ou para manter o regulamento tal e qual como se encontrava até aqui.
Já Ana Rita Anjos, presidente da Juventude Socialista de Elvas, apela à “coragem” dos bolseiros para que mostrem, à semelhança do que fez o PS, à Câmara Municipal, que estão contra a alteração ao regulamento. “Ainda hoje vai sair, nas nossas redes sociais, um exemplo de como o fazer, para incentivar e para marcarmos a diferença”, esclarece.
Com a proposta apresentada, o PS de Elvas diz “reconhecer o mérito de quem tem resultados escolares positivos”, ajudando “a aumentar o rendimento disponível das respetivas famílias” e a “incentivar a formação académica” dos alunos do concelho.