No âmbito do programa Eco–escolas, em implantação no Centro Educativo Alice Nabeiro (CEAN), em Campo Maior, pelo 17º ano consecutivo, o desafio “Muros com Vida” foi dedicado ao rio Guadiana, ao Alentejo e ao mar. “‘O mar começa aqui’ é um desafio que nos leva a pensar sobre a viagem dos resíduos até ao mar”, revela o estabelecimento de ensino em nota de imprensa.
O trabalho desenvolvido pretendeu envolver toda a comunidade educativa, o Município de Campo Maior e a cidade de Badajoz.
Foi realizada uma investigação sobre as espécies endémicas do Rio Guadiana, em especial as das ribeiras afluentes, como é o caso dos rios Caia e Xévora, que percorrem o concelho de Campo Maior.
Investigou-se o saramugo como espécie criticamente ameaçada, o impacto da poluição neste pequenos rios mediterrânicos e ainda a evolução das espécies invasoras como lucio-perca, o achigã e a perca-sol. Após este trabalh,o que foi apresentado a toda a comunidade escolar de Campo Maior (em parceria com o Agrupamento e o Município), foi o mesmo apresentado em Badajoz, por via da parceria entre o CEAN e o Colégio Maristas.
Foram identificadas fontes de poluição do Guadiana e a atual praga de tartarugas de orelhas vermelhas e jacintos de água. A conclusão principal retirada foi a descarga de resíduos domésticos pelo esgoto não tratado que vai parar ao rio criando um processo de eutrofização da água. A qualidade da água degrada-se.
Foi abordada a viagem dos resíduos, a sua passagem pelas ETAR’s e a consequência na poluição dos recursos hídricos. A ideia do mural foi pintar a parede com o tema da viagem da água desde os rios até ao mar, percorrendo a paisagem de mosaicos do Alentejo com as suas diversas culturas e cores. No sumidouro de águas e em seu redor foi pintado o mar representando o destino final de todas as nossas ações.
Mesmo longe do mar, a metáfora de agir localmente e pensar globalmente ajusta-se na perfeição a este árduo trabalho desenvolvido pelos alunos, professores e funcionários do Centro Educativo Alice Nabeiro.