A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou, desde o início do ano, um aumento dos crimes de furto em interior de residência através do método de engano, sendo os alvos preferenciais as pessoas idosas ou especialmente vulneráveis.
Ao contrário dos furtos em interior de residência “comuns”, neste método os suspeitos escolhem os seus alvos com base nas próprias vítimas e não nas residências.
Os suspeitos atuam em grupo – geralmente dois a quatros indivíduos – e numa primeira fase escolhem as suas vítimas, que por norma são pessoas vulneráveis, principalmente em razão da idade, e que vivem sozinhas ou em casas isoladas.
Depois de entrarem nas residências, os suspeitos separam-se, atuando de forma concertada. Um dos suspeitos fica incumbido de distrair a vítima, enquanto os restantes procuram bens de valor e de fácil dissimulação, como ouro, joias e dinheiro.
Um dos suspeitos, em regra do sexo masculino, permanece no exterior da habitação, numa viatura, facilitando assim a fuga. A maioria dos furtos é praticada em dias de semana e em horários diurnos.
Os suspeitos abordam as vítimas nas suas residências, tocam à campainha e utilizam uma história de cobertura de modo a ganhar a confiança dos lesados. Estas histórias variam e têm como objetivo conseguir o acesso ao interior da residência.
São alguns desses exemplos:
– Solicitar um copo de água às vítimas alegando que um dos suspeitos se sente indisposto ou que tem necessidade de tomar algum tipo de medicação;
– Solicitar às vítimas para utilizar a casa de banho;
– Fazerem-se passar por empregadas de limpeza, responsáveis pela limpeza do prédio, e que necessitam de um balde com água para efetuarem o seu trabalho;
– Pedir às vítimas para verem o interior da residência sob o pretexto de estarem interessados em comprar ou arrendar um imóvel no mesmo edifício;
– Solicitar uma caneta e/ou papel com o pretexto de deixar um recado a um vizinho. Escrevem esse recado na presença da vítima, vagarosamente, para que o(s) outro(s) suspeito(s) possam aceder às divisões;
– Recorrer a crianças (entre os seis e os dez anos) como meio de distrair as vítimas, alegando que têm fome ou que necessitam de ir à casa de banho.
No primeiro quadrimestre do ano, os prejuízos patrimoniais resultantes deste tipo de crime ascendem os 200.000€.
A PSP aconselha:
– Se detetar algum movimento estranho no seu prédio ou bairro, contacte de imediato a PSP;
– Fale com os Polícias do policiamento de proximidade e transmita-lhes todos os pormenores que possam parecer suspeitos, como pessoas e viaturas “novas” na sua rua, anotando características e matrículas. Tenha os contactos de emergência e da Esquadra da área sempre em local de fácil acesso;
– Se baterem à sua porta para pedir informações, não a abra. Oiça o recado e registe em papel. Se abrir a porta, mantenha sempre a corrente de segurança e não permita que estranhos entrem na sua residência;
– Se pedirem um papel e uma caneta para anotar um recado, escreva você mesmo e envie o papel por baixo da porta. Se continuarem a insistir para que abra a porta, chame de imediato a Polícia. Atualmente todos os telemóveis têm blocos de notas digitais, pelo que não é necessário recorrer ao papel e caneta para anotar recados;
– Se lhe pedirem um copo de água ou para utilizar a casa de banho, não permita. Existem casas de banho públicas, supermercados, cafés e restaurantes por perto;
– Não faculte os seus dados pessoais, nem responda a questionários sobre si, sem saber se é fidedigno e a que empresa pertence. Pode ligar para a empresa em questão e confirmar a existência desse inquérito ou levantamento de dados;
– Não receba nenhuma encomenda que não tenha solicitado ou que não venha em seu nome;
– Não diga a ninguém se possuir objetos valiosos na sua casa e não comente hábitos ou rotinas da família com outras pessoas. Não tenha grandes quantias de dinheiro em casa e guarde os objetos de valor em cofres;
– Não se deixe enganar com a presença de crianças.