A Villa Romana de Torre de Palma vai ser requalificada, após assinados ontem, 12 de dezembro, contratos de financiamento e inter-administrativos de cooperação entre a Direção-Geral do Património Cultural, a Direção Regional de Cultura do Alentejo e o Município de Monforte.
Em causa, para a requalificação daquele espaço histórico e arqueológico de Monforte, estão 300 mil euros, ao abrigo da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o Património Cultural.
Considerando este um espaço importante, não só para o país, mas para a Península Ibérica, a secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro, explica que, com estes 300 mil euros, vai procurar valorizar-se o sítio arqueológico das ruínas e proceder à “conservação de alguns testemunhos”, entre eles, o batistério. “Acreditamos que esta verba já permite uma valorização bastante importante, não só pela presença do hotel aqui a poucos passos, mas também pelo trabalho que está a ser feito em Monforte, com o Monforte Sacro, em que há uma visão para o património cultural, no seu conjunto, que coloca Monforte como um lugar a visitar”, assegura.
O objetivo, garante Isabel Cordeiro, é conseguir colocar, “ainda mais”, as ruínas de Torre de Palma no mapa, assegurando ser preciso apostar numa “conservação continuada” daquele espaço. Para isso, com estes 300 mil euros, vai-se “completar o investimento avultado que se fez, já em anos anteriores”, porque, segundo diz, “é preciso manter as coisas e não as deixar cair”.
Lembrando as “muitas deficiências” do Centro Interpretativo das ruínas de Torre de Palma, o presidente da Câmara de Monforte, Gonçalo Lagem, assegura que este é um património cultural, histórico e arqueológico de interesse nacional que tem sido “muito subvalorizado”. O edifício, criado há cerca de 20 anos, garante o autarca, carece de obras de manutenção, mas também de melhor sinalética. A par disso, Lagem explica que é necessário também qualificar e capacitar quem acompanha as visitas realizadas.
Assinados estes contratos, o Município de Monforte assume a responsabilidade pela obra, sendo que Gonçalo Lagem destaca o facto de Isabel Cordeiro ter conseguido defender, no âmbito do PRR, este investimento de 300 mil euros. Este valor, adianta ainda o presidente, vai permitir avançar para a manutenção da cobertura da Villa Lusitano-Romana, que diz ser “urgente”, para uma intervenção da vedação que “está bastante deteriorada” e fazer-se ainda um importante investimento no que toca à sinalética e, quem sabe, à criação de um audio-guia.