A ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, esteve na manhã desta quarta-feira, 17 de maio, em Dia do Agricultor, no Polo de Inovação de Elvas, do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIAV), para abrir os trabalhos, desta vez, dedicados aos temas do território e da competitividade.
Ao nível do território, a ministra lembra os grandes desafios que a agricultura enfrenta, como as alterações climáticas, assegurando que este é sempre um “momento de reflexão” com os agricultores, num dia “relevante” para se discutir “medidas necessárias, que do ponto de vista da inovação, do desenvolvimento tecnológico, do melhoramento genético, possam ser desenvolvidas pelo INIAV”.
Maria do Céu Antunes recorda também os desafios demográficos, como a necessidade de fixar pessoas e de aumentar o rendimento do setor agrícola, para que “os mais novos possam escolher a agricultura como meio de vida”.
Para uma agricultura mais competitiva, Maria do Céu Antunes garante que só se pode lá chegar com recurso a tecnologia: “sabemos que para produzir mais, com menos, temos que ter meios que nos permitam fazer isso e isso são meios técnicos, tecnológicos, inovadores, que nos permitam cumprir este objetivo”.
Com Portugal a atravessar um período de seca, a ministra garante que, ainda que existam “medidas conjunturais”, para ajudar os agricultores, o mais importante é que o país esteja focado na construção do seu “futuro coletivo”. “São medidas de caráter administrativo, mas que têm grande repercussão na vida dos nossos agricultores, que as podem usar, por motivo de força maior, sem penalização das ajudas que vão receber”, adianta.
A “utilização de terras que estão em pousio ou áreas ecológicas, até certa percentagem; ou searas, por exemplo, que não tenham nível de produtividade, que podem ser usadas no pastoreio; o encabeçamento mínimo ser diferente, para permitir ter menos animais” são algumas das medidas anunciadas pela ministra e que os agricultores “já podem utilizar”.
Nos próximos dias, adianta Maria do Céu Antunes, vão chegar os primeiros 40 milhões de apoios extraordinários, que decorrem do pacto para a estabilização dos preços, sendo sete milhões para a eletricidade verde e 32 milhões para o apoio ao gasóleo. “Todos os agricultores vão receber este valor, caso o tenham recebido no ano passado e os outros 140 milhões vão ser distribuídos pela pecuária e produção vegetal”, revela ainda.
Depois do caos, nas candidaturas às ajudas do PEPAC, o prazo vai agora ser prolongado até 14 de julho, para que os agricultores possam tirar “partido máximo” dos instrumentos que o Governo disponibiliza.
Já Nuno Canada, presidente do INIAV, lembrando que este Dia do Agricultor é já uma tradição em Elvas e que serve, sobretudo, para “mostrar aquilo que está a ser feito, em termos de investigação e inovação”. Desta vez, o objetivo passou por mostrar “como é importante apostar nas pessoas e na valorização dos territórios para se conseguir produzir mais alimentos, de forma mais sustentável”.
Para o vereador na Câmara Municipal de Elvas Hermenegildo Rodrigues, presente na sessão de boas-vindas da sessão, depois de toda a contestação por parte dos agricultores, era importante a ministra vir apresentar as orientações do Governo para “um setor que, ao longo dos anos, nos habitou a ser, não só o motor da região, mas a imputar lucros produtivos à realidade nacional”. Por outro lado, o vereador diz também que era importante que Maria do Céu Antunes deixasse uma palavra de “tranquilidade”, em termos daquilo que são os próximos quadros comunitários.