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Elvas caminha para eliminar a violência contra as mulheres (c/fotos e vídeo)

Algumas dezenas de pessoas caminharam esta manhã de sábado, 26 de novembro, pela eliminação da violência contra as mulheres.

Momentos antes da partida, uma criança, de forma simbólica colocou uma flor, junto aos laços laranja que se encontram na vedação do Hospital de Elvas com as frases “o silêncio mata” e “STOP Violência”.

Esta iniciativa teve a coordenação da Equipa para a Prevenção da Violência em Adultos e Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA).

Maria João Martinez, responsável pela coordenação desta equipa e núcleo, que existe desde 2015, revela que o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinalou ontem, “costuma ser celebrado pela ULSNA com uma exposição mais para os profissionais de saúde e utentes mas, este ano, decidiram envolver a população, com esta caminhada para sensibilizar para esta temática”.

A responsável acrescenta que “não nos devemos manter em silêncio e todos devemos estar sensíveis a esta situação, onde o maior problema é o medo”, revelando que “no Alentejo há ainda muita violência doméstica, e onde o álcool tem um efeito catalisador, nestas questões, pelo que o nosso papel enquanto cidadãos é sensibilizar, combater e mostrar que estamos prontos a ajudar”.

Foram algumas as pessoas, principalmente da ULSNA que se caraterizaram como se de vítimas de violência se tratassem e colocaram a frase “o silêncio mata” a tapar a boca. Maria João Martinez afirma que esta é também “uma forma de sensibilização”, recordando que também existe muita violência nos homens.

Já a diretora Clínica da ULSNA, Vera Escoto, enalteceu a importância desta iniciativa e lembra que a violência não é apenas física, mas também psicológica. “Esta iniciativa é bastante importante, porque estas manifestações fazem acordar as pessoas e é importante que estas percam o medo, e há uma confusão muito grande entre amor e violência, porque quem ama não violenta e não é preciso um empurrão ou um estalo, a violência psicológica como não prestas, és gorda ou magra isto é violência”.

Vera Escoto reforça que estas situações são diárias, isto diminui, isto isola e faz perder a autoestima”. Este tipo de caminhadas, segundo a diretora clínica da ULSNA, são importantes para a sensibilização e “para que as pessoas não se calem”.

Uma das pessoas a marcar presença, nesta iniciativa foi Paula Lebre. Aos nossos microfones, revelou que este “é um fenómeno com o qual todos sofrem”, lembrando que “a maioria das pessoas vítimas são mulheres, é um fenómeno difícil de compreender porque estamos num nível civilizacional que não se justifica, por isso temos que nos unir, lembrar que existe e combater não usando a violência, por isso este tipo de manifestações, ações e com muita palavra, sensibilização e, sobretudo, educação”.

Já Rui Santos adiantou que a agressão “é um ato cada vez mais comum”, pelo que a seu ver “esta iniciativa tem também como objetivo sensibilizar os jovens para esta causa, e reforça que “a violência tem de acabar”.

Caminhada pela eliminação da violência contra as mulheres que decorreu esta manhã, com partida do parque de estacionamento do Hospital de Santa Luzia, em Elvas.

 

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