As Portas de São Vicente, entre a Boa-Fé e a zona baixa do centro histórico de Elvas, estão encerradas a todo o tipo de trânsito, desde 30 de outubro, após o desmoronamento e queda na via de parte do escudo de armas, por baixo da estátua do Zé de Melo.
Se, por um lado, e para tentar resolver os constrangimentos que a situação tem causado, a Câmara Municipal de Elvas disponibilizou autocarros para transportar as crianças para as escolas da Boa-Fé, a autarquia chegou também a ponderar, e pensando em quem circula de automóvel, criar uma passagem pelo Museu Militar.
Contudo, esta alternativa, segundo o presidente da Câmara Municipal de Elvas, José Rondão Almeida, acabou por não se revelar viável, uma vez que acarretaria vários problemas: “problemas para aqueles que passavam pelo museu; e problemas por estarmos a invadir uma propriedade que não está preparada para aceitar, neste momento, uma passagem”.
O autarca assegura ainda que, com esta passagem pelo Museu Militar de Elvas, poucos seriam os quilómetros que se acabariam por evitar, na ligação entre o centro histórico e a Boa-Fé, sendo que “a qualidade do trânsito não dava garantias a nada, nem a ninguém”. Para permitir essa ligação seriam necessárias “muitas obras, em termos de pavimentações, de eletrificação e de sinalética”.
Rondão Almeida, lembrando que o transporte dos alunos das escolas da Boa-Fé está garantindo, pede “paciência” à população, adiantando que, dentro de breves dias, será iniciada a obra nas Portas de São Vicente, acreditando que no espaço de sensivelmente um mês poderá “voltar a estar tudo em ordem”. Esta obra, que terá de ser coordenada com a Direção Regional de Cultura do Alentejo, revela o autarca, custará aos cofres da Câmara Municipal de Elvas “mais de 30 mil euros”.
“As pessoas pensem bem que este sacrifício que estamos a pedir à população, para evitar passarem por aquele lugar, é porque ele se justifica”, diz ainda Rondão Almeida. “Temos de agradecer a Deus por ter caído aquela meia dúzia de pedras no decorrer da noite, quando afinal de contas, tudo aquilo, a partir do próprio elemento do Zé do Melo e toda a sua base, poderia vir a cair de um momento para o outro e teríamos aqui uma catástrofe grandíssima”, remata.