A sede da Banda 14 de Janeiro, em Elvas, foi inaugurada este sábado, 1 de outubro, em Dia Mundial da Música, depois de ter sido alvo de um conjunto profundo de obras de requalificação, nos últimos anos, devido ao estado de degradação em que o prédio da Rua Sá da Bandeira se apresentava.
A cerimónia foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, que se disse “surpreendido” com a dimensão da sede, assegurando ainda que esta obra é mais um exemplo que Elvas tem dado ao nível de recuperação de edifícios. “A banda fica com excelentes condições, não só para ela, para o trabalho dela, para os ensaios, como para receber outra gente, e que, pelo que sei, há bandas de garagem que começam já a utilizar este edifício para os seus ensaios”, comenta.
Tendo a sede uma cozinha, um salão e um pátio, Carlos Miguel diz ser “muito bom” que o espaço seja utilizado pela comunidade, “para batizados ou reuniões familiares”. Relembrando ainda que o edifício foi, em tempos, a maternidade de Elvas, o secretário de Estado garante que a sua reutilização, para fins culturais, é “excelente”.
Já o presidente da Câmara, Rondão Almeida, comenta que o executivo anterior, “em boa hora”, avançou com a obra, através de financiamento comunitário, lembrando ainda o trabalho que o município, desde há muitos anos a esta parte, tem vindo a fazer para recuperar o património, com o objetivo de “lhe dar vida”. Com esta obra, adianta, deu-se “à banda aquilo que ela merece”. Contudo, garante, “não é só a banda que merece: esta área da cidade deve ver nestas instalações, não só um ponto de ensaio para a banda, mas uma porta aberta para aquilo que são as crianças, os jovens e a terceira idade”.
O autarca espera que a sede da banda, cuja direção contará, nos primeiros tempos, com a ajuda do município, devido às dificuldades financeiras que atravessa, possa ainda dar lugar a espaços dedicados aos mais jovens, através de uma ludoteca ou ATL. Por outro lado, Rondão Almeida deu a garantia que a Câmara Municipal vai investir em novas fardas para os elementos da banda, num orçamento a rondar os “11 ou 12 mil euros”.
Nuno Mocinha, que enquanto presidente da Câmara de Elvas, no decorrer do mandato anterior, foi quem candidatou a obra a fundos comunitários, quis dar os parabéns à banda, bem como ao atual executivo. “Ficam aqui umas instalações ao serviço da população e de uma população que nos é muito querida, que são os mais novos. Se os atrairmos para a banda, se se conseguirem formar na banda, eles vão ter um crescimento saudável”, garante ainda, rematando dizendo que este é um “dia feliz”, enaltecendo o facto de Rondão Almeida ter dado seguimento à obra.
Para o presidente da direção da banda, Vicente Grenho, este, mais que um dia muito especial, era um dia “muito esperado”. “A obra demorou o tempo que foi necessário, às vezes, é um bocadinho mais que aquilo que se deve, mas terminou, está ótima, temos uma casa maravilhosa e estou muito contente”, diz ainda.
Vicente Grenho acredita que, com a “casa” totalmente renovada, mais pessoas vão querer aprender música com a Banda 14 de Janeiro, lembrando que, para tal, basta ser sócio, o que apenas tem o custo de um euro. Sem idade limite, o presidente da direção da banda explica que, a partir dos seis anos, todos podem frequentar as aulas e os ensaios da filarmónica.
Vilar Pires e Manuel Caldes foram dois dos homenageados no decorrer da cerimónia de inauguração. Vicente Grenho lembra que estes foram quem, “durante 50 anos, transportaram este grupo de amigos que faz música nesta casa”.
Jorge Grenho, o maestro da Banda 14 de Janeiro, diz-se “muito contente” com o facto da banda estar de regresso a “casa”, depois de algumas situações complicadas. “Chegava a chover na sala de ensaios”, recorda. Neste período em que a sede esteve em obras, os elementos da banda ensaiavam no Grémio. Agora, Jorge Grenho diz “ter muitas ideias” para a banda: entre elas, reativar a Escola de Música.
A remodelação completa do prédio que alberga a sede da Banda 14 de Janeiro, representa um investimento de 432 mil euros, com 85% deste montante proveniente de verbas do Programa Operacional do Alentejo.