Rondão sobre o canil diz não tolerar “situações menos claras” nem “criar uma vítima pública”

A Rádio ELVAS contactou o presidente da Câmara de Elvas, entidade responsável pelo canil municipal, no sentido de obter esclarecimentos sobre o desaparecimento do animal que, esta noite, foi deixado na Abegoaria, tal como já noticiámos (ver aqui).

Rondão Almeida garante que, depois de informado da situação, já ouviu as explicações do veterinário municipal, que lhe disse que “ontem por volta das 23 horas, recebeu uma chamada da PSP dizendo que estavam com uma pessoa que tinha um cão, para ver se podiam entrar no canil, e deu informações ao agente que àquela hora era impossível deslocar-se, porque não tinha as chaves do canil, uma vez que estão com a senhora Cláudia Pombeiro, por isso, a ver se podiam aguardar a situação, que no dia seguinte perante na posse das chaves do canil, teria resposta”.

O presidente adianta que, “na passada sexta-feira, por volta das 23 horas, por sinal, estava com o veterinário e, um elemento da GNR contactou-o, porque estava na posse de um problema que era um gato que há três dias estava encerrado numa moradia e, havia alguém que na sexta-feira as 23 horas se tinha queixado, para resolver o problema, ontem à noite, o filme repete-se, pela mesma hora, há alguém que se dirige à PSP para apanhar um cão errante”.

Rondão Almeida questiona as pessoas, relativamente à coincidência do horário de entrega dos animais no canil. “Então só por volta das 23 horas é que se agarram estes animais? A esta hora é que se incomoda os agentes da autoridade? Há qualquer coisa que não corre bem neste processo, sei que andam a roubar ferro por todo o lado e não encontro ninguém que telefone para a PSP ou GNR a dizer que está ali a roubar seja o que for”.

“Existe aqui algo que tem muito que explicar, ou seja, o desentendimento entre duas pessoas, o veterinário e a Associação dos animais e as consequências estamos todos a pagá-las, e a câmara quer continuar a prestar um serviço de grande qualidade, tal como tem vindo a prestar aos animais, mas isto já começa  a sair do que é o normal, tendo em atenção as horas a que as ocorrências se dão”, acrescenta o presidente.

Questionado sobre as alegações de Cátia Gaião, que diz que há dias que solicitava a recolha do animal e nada foi feito, o presidente da Câmara de Elvas afirma que se esta elvense tiver provas disso, irá instaurar um processo ao veterinário municipal. “Se eu souber e tiver provas que alguém anda três dias junto do nosso veterinário para tomar uma decisão em relação ao animal essas pessoas que me façam chegar as provas, imediatamente será levantado um processo disciplinar ao respetivo veterinário”.

As responsabilidades serão pedidas ao veterinário municipal no que às suas obrigações diz respeito, e inclusive o presidente acrescenta que será contratada uma enfermeira veterinária para dar assistência ao veterinário. Rondão diz ainda que “isto tem que acabar, esta questão de agarrar na situação dos animais para pôr o bom nome da câmara não vou tolerar, o funcionário está sujeito a direitos e deveres e, tem um presidente que não lhe vai perdoar qualquer situação menos clara no desempenho das suas funções, mas também não terá um presidente que o irá perseguir para criar uma vítima pública”.

Os serviços da Câmara, através chefe de gabinete do presidente, Tiago Afonso, foi na noite de ontem receber o cão na Abegoaria, esclarece Rondão Almeida que acrescenta que “como a senhora Cláudia Pombeiro é que tem efetivamente as chaves, que já devia ter entregue no serviço para estarem à disposição, o meu chefe de gabinete em vez de ter improvisado um local para colocar o animal, tinha-o colocado dentro do canil, e assim não, colocou-o num local, partindo do princípio que estava em segurança, e o animal fugiu e andou uma equipa de trabalhadores à procura do animal”.