“Esta é a grande feira do sul”, assim descreve o presidente da Associação dos Agricultores do Sul, entidade organizadora da Ovibeja, Rui Garrido, o certame que teve início na manhã desta quinta-feira, 22 de abril, no Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro e Brito, em Beja.
O evento, “quase único e que traz tanta gente a Beja”, garante Rui Garrido, levou a uma ocupação hoteleira na cidade totalmente esgotada. Depois de dois anos sem se realizar, nos moldes em que todos conhecem a Ovibeja, sendo que, no ano passado, aconteceu em formato digital, o certame leva muita gente “a tirar férias”. “Toda a gente está ansiosa, a expectativa é grande, a feira está cheia, os expositores acabaram por aderir, pelo que esperamos ter uma grande feira”, alega.
Este ano, para além de um maior número de expositores, há também uma maior área de exposição, no que à área agrícola diz respeito. “O pavilhão da pecuária está cheio, como acontece todos os anos, e aqui se fazem concursos como os da raça campaniça e do porco alentejano. Portanto, temos aqui muitos expositores da área agrícola, dos fertilizantes, cooperativas e associações”, diz ainda.
Ainda que a abertura oficial desta 38ª edição da Ovibeja só aconteça pelas 15 horas, na presença da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, vários foram os deputados que estiveram na aberturas de portas do evento. Norberto Patinho, deputado socialista no Parlamento, eleito pelo círculo de Évora, lembra que, acima de tudo, é tempo “de unir esforços” para promover a região e o mundo rural, nestes tempos conturbados que se vivem, considerando a Ovibeja “a feira do Alentejo”. “É uma nova oportunidade para se assumir e tem sido provado, nestes tempos difíceis, que o Alentejo foi importantíssimo na crise que nos antecedeu, e vai ser também nesta, mas na crise da Covid-19 notou-se as grandes diferenças que aconteceram na agricultura, sobretudo na nossa região”, acrescenta. Esta feira, diz ainda o deputado, é o “espelho do mundo agrícola, um setor que deu uma resposta muito positiva”.
No Alentejo, e com a agricultura, há mais oportunidade “para fixar pessoas, dar emprego e produzir”, porque “temos sido mais autónomos nas nossas produções e temos contribuído, de uma forma decisiva numa balança entre importações e exportações muito positiva para Portugal”, defende ainda.
Também Pedro Carmo, deputado eleito pelo círculo de Beja do Partido Socialista, assegura que esta feira “é a grande mostra da agricultura da região”. “Começou por ser uma mostra de ovinos, que era a base da nossa agricultura, há 30 anos. A Ovibeja adaptou-se, com muita inovação, e com o reconhecimento da agricultura que temos hoje, que é uma agricultura de regadio, com muita tecnologia, com novas culturas”, assegura.
A deputada pelo círculo de Évora do PSD, Sónia Ramos, considera ser fundamental, num distrito sem um único eleito do Partido Social Democrata no Parlamento, poder conversar com os agricultores, para ficar a par das dificuldades sentidas no setor. “Fazendo parte também da Comissão de Agricultura, tinha de estar aqui, para falar com os agricultores e com os organizadores desta feira, que representam, igualmente, o setor e ouvir, de viva voz, as dificuldades. Encontrámos também o presidente da CAP (Confederação de Agricultores de Portugal), que fez saber que o desconto no gasóleo agrícola é absolutamente insignificante para a atividade e deu o exemplo de Espanha, em que a redução foi efetiva para ajudar à produção”, diz ainda.
Mas a Ovibeja não se faz só de agricultura. Neste primeiro dia de certame, às 23 horas estão de regresso as Tunas Académicas aos palcos das “Ovinoites”, espetáculo antecedido, uma hora antes, pela Banda de Música da Força Aérea. Já amanhã, Blaya sobe ao palco da Ovibeja, seguindo-se no sábado, Pedro Abrunhosa, e no domingo, Paula Fernandes.