A Apormor – Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo recebeu ontem Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, numa visita para conhecer as instalações e o trabalho feito nesta Associação
A Ministra da Agricultura realça a importância destas “associações que congregam a vontade das pessoas, dos agricultores, dos produtores e, se começa por congregar a vontade dos produtores pecuários da produção extensiva, hoje congrega a vontade não só dos produtores pecuários, junta o vinho, o chocolate, os apicultores e no fundo congrega todo aqueles que, no sector primário, mas também na transformação, acrescentam o valor à atividade económica, deste território”, tendo a Apormor um papel e contributo muito importante para este sector.
No que toca à importância de existir uma ligação entre os meios rurais e os grandes centros económicos do país, a Ministra acredita que, “faz todo o sentido que nós possamos estar próximos, que possamos criar oportunidades de coesão territorial ajudando a distribuir de forma justa os apoios, os incentivos, para que os territórios rurais possam ser alavanca”, enquanto desenvolvimento e ligação ao mundo mais urbano, “sendo que o desenvolvimento se faz com todos, em igualdade de oportunidades”, acrescenta Maria do Céu Antunes.
Também neste sector foram sentidas as consequências da pandemia de Covid-19 e, por esse motivo, a Ministra da Agricultura revela que existe “um pacote financeiro de quase dez mil, milhões de euros, que vamos distribuir de forma justa, nomeadamente nos territórios mais vulneráveis”, chegando a todos os produtores, de forma a que todos possam receber apoios. É também objetivo deste programa de apoios “chegar aos territórios mais competitivos, para ajudar a uma transição mais ecológica e digital, onde ninguém fique para trás”, explica a Ministra da Agricultura, até porque “contámos com a agricultura durante a pandemia, enquanto que todos os sectores da atividade económica pararam, a agricultura não parou, continuou a alimentar o país, continuou a exportar a um ritmo semelhante àquele que já vinha fazendo antes da pandemia, e neste momento contamos com os agricultores para recuperarmos o país”.
Joaquim Capoulas, presidente da Apormor explica que este encontro “resulta de um convite que fizemos já há mais de um ano para a senhora Ministra vir aqui a Montemor”, de forma a que pudesse conhecer a forma como os produtores locais trabalham e o porquê da sua existência. Desta forma, a Associação pretendeu “demonstrar a quem estava no poder que não somos inimigos, nem dos animais, nem da natureza, pelo contrário, somos o garante de que o mundo animal sobrevive e de que a natureza permanece como ela é “, confessa Joaquim Capoulas.
O presidente da associação lamenta a demora da realização deste convite, admitindo que os produtores têm “algumas reservas com as pessoas que não nos conhecem e que dirigem este país porque não nos ouvem. Ouvem organizações da agricultura mas algumas delas têm mais capacidade para influenciar o poder e nós que andamos aqui no terreno, todos os dias, a cuidar do território e a produzir alimento e a cuidar dos animais, não somos ouvidos”. Fica ainda o desejo para que, futuramente, “se não a Ministra a continuar no cargo, o próximo que venha a seguir, seja de que partido ou cor política for, venha ter connosco e que, não receba só informações vinculadas em Lisboa mas também que conheça o território, o nosso modo de vida e como fazemos”.
“A distância que se tem cavado entre o mundo urbano e o mundo rural”, tal como afirma Joaquim Capoulas, tem sido cada vez maior, consequência da “pouca influência que temos”. Durante esta visita, o presidente aproveitou para expor algumas ideias, no âmbito das “medidas da PAC, fizemos ver à senhora Ministra que havia medidas importantes para apoiar mas que não são vinculadas e eles nem sabem porque a nossa mensagem não chega lá acima”, expõe o presidente.
Maria do Céu Salgueiro, Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Agricultoras, aproveitando a visita da Ministra entregou algumas propostas, no âmbito da consulta pública do PEPAC Plano Estratégico da Politica Agrícola Comum 2023-2027, “em virtude de, na mesma perspetiva que há ajudas para os jovens agricultores para ser incentivada e sensibilizar as pessoas, a virem para a agricultura, achámos pertinente também construir umas propostas e medidas”, quer sejam para “mulheres que têm agricultura familiar, ou que por herança tenham as suas explorações a necessitar de uma gestão acompanhada”.
Para além destas propostas apresentadas, Maria do Céu Salgueiro revela que estão a decorrer outras de forma a incentivar a agricultura tais como, “nós temos umas candidaturas agora a decorrer, no âmbito “Corteva”, que o ano passado foi a primeira iniciativa e tivemos cinco explorações muito interessantes, nos pequenos produtos vermelhos, que foram aprovadas e que as candidaturas que ganharam, tiveram um incentivo e é com eles que há retorno e vontade de continuar”.
Relativamente à Covid-19, Maria do Céu Salgueiro revela que este “foi um período complicado para todos, todas as atividades tiveram de retomar o que era o dia-a-dia”, sendo que na Apormor, “no parque de leilões tivemos, entre o Ministério da Agricultura, a Direção Regional, a Direção Regional de Saúde, perceber quais eram as medidas”, de forma a entender como poderiam continuar estas atividades, até porque, esta associação “tem um papel fundamental na economia regional que é desenvolver leilões, todas as semanas”, acrescenta Maria do Céu Salgueiro.
A Ministra da Agricultura que esteve em visita à Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo, Apormor.