Não, não será só um Natal mais caro e com menos opções. Está a formar-se uma tempestade mundial, a crise de 2022. Disparam os preços dos combustíveis, logo dos transportes e os custos de produção, sobem os preços dos cereais, não há micro processadores, há fábricas fechadas. Disparou a eletricidade. Não há automóveis novos para responder aos pedidos e os de segunda mão subiram o preço. Não há brinquedos, as consolas para jogos estão a ser racionadas. Nos Estados Unidos não vai haver peru para todos no dia de Ação de Graças e o que houver será 30 a 50% mais caro, em Inglaterra sofrem do Brexit e da subida dos combustíveis. O preço do Bacalhau já disparou em Portugal, a seguir será o preço do pão, das massas e todos derivados do trigo.
A economia parou com a pandemia e retornou à atividade de forma assimétrica. Antes fechámos a produção na Europa, porque a China fazia mais barato. Agora a China não consegue fornecer o mundo. Dependemos da China que está a mandar os seus habitantes armazenar bens de necessidade para evitar as faltas futuras.
Há ainda as mega distâncias da produção ao consumo. As matérias-primas para alimentação animal por exemplo chegam a percorrem 7 mil quilómetros, o café 6 mil e o açúcar 4 a 5 mil.
Dispara a inflação, vão subir os juros ? Estamos à beira de uma tempestade ? Sim, de uma tempestade perfeita de consequências indeterminadas.
António Ferreira Góis
Diretor da Rádio ELVAS