A candidatura das Festas do Povo de Campo Maior a Património Cultural Imaterial foi aceite pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e vai ser analisada no decorrer da 16ª sessão do Comité do Património Mundial, a realizar entre 13 e 18 de dezembro, em Colombo, Sri Lanka.
Depois de inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, o dossier – desenvolvido pela Turismo do Alentejo / Ribatejo, pela Câmara Municipal de Campo Maior e pela Associação das Festas do Povo de Campo Maior -, recebeu agora luz verde da UNESCO para ser votado pelos membros do Comité no decorrer dos trabalhos onde vão ser avaliadas 60 candidaturas de bens e manifestações apresentadas por diferentes países.
Refira-se que as Festas do Povo de Campo Maior, que acontecem quando o povo quer, têm a sua génese no final do XIX, são pensadas pelos campomaiorenses e envolvem toda a comunidade local que, durante cerca de nove meses, trabalha de forma voluntariosa para embelezar com criatividade as ruas da vila, mantendo em segredo as temáticas das coloridas e floridas decorações até ao dia da inauguração do evento.
Esta tradição, claramente identitária do povo de Campo Maior, tem vindo a ser transmitida de geração em geração oralmente e de forma informal, com os mais velhos a ensinar os mais novos a elaboração das flores que ornamentam os espaços públicos da vila.
Se na reunião do comité, em Colombo, a classificação das Festas do Povo de Campo Maior (a única candidatura portuguesa) como Património Cultural Imaterial for aprovada, este será o sexto título da UNESCO a ser atribuído ao Alentejo, depois do Centro Histórico de Évora, das Fortificações Abaluartadas de Elvas, do Cante Alentejano, do Fabrico de Chocalhos de Alcáçovas e do Figurado de Barro de Estremoz. Também no Ribatejo, a Falcoaria de Salvaterra de Magos ostenta o selo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.